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Acusado de pedofilia comete suicídio em SP, diz polícia

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Portal Terra

SÃO PAULO - Com a prisão decretada por abusar de crianças e adolescentes, o aposentado Laurindo Aparecido Aipe, 62 anos, foi encontrado morto na manhã desta terça-feira, na zona rural de Murutinga do Sul, a 628 km de São Paulo. O aposentado era um dos oito homens que tiveram a prisão temporária expedida pela Justiça sob acusação de abusar de seis crianças e adolescentes de 13 a 16 anos de idade. De acordo com o registro na Polícia Civil o aposentado morreu por suicídio, já que seu corpo foi encontrado enforcado no sítio da família, distante a 2 km do centro da cidade.

- Ele cometeu suicídio por enforcamento - disse a delegada Milena de Melo, que negociava com a família a apresentação do aposentado. O corpo de Laurindo foi localizado pela manhã por seu cunhado, Adilson Comasine, que havia ido à propriedade para retirar leite e deparou com o corpo pendurado por uma corda na viga de madeira da área de fundos da casa do sítio.

O aposentado estava desaparecido desde domingo, quando teve sua prisão decretada. Mas antes de morrer disse à família que era inocente porque não forçou qualquer relação com meninas.

- Ele nos disse que a mãe das meninas é que chamava ele e os homens para fazerem sexo com as filhas, em troca de dinheiro - contou Antônio Aipe, irmão do aposentado. Segundo ele, seu irmão era um bom sujeito e inocente, mas morreu por não agüentar a pressão e a vergonha de ser perseguido sem ter culpa. Ele deixou três filhos.

A delegada Milena Melo disse que a polícia investiga a versão dos acusados, de que uma das mães das crianças abusadas é que estava prostituindo os próprios filhos, mas se recusou a dar maiores informações. - O inquérito corre em segredo de Justiça, por isso, não posso falar - explicou.

Por conta da denúncia feita por duas mães na semana passada à Polícia Civil, a Justiça determinou a prisão de oito pessoas. Uma delas era o aposentado. Os outros sete estão presos temporariamente por 30 dias, para que a polícia possa apurar as denúncias sem interferência.

Entre os presos, está um servidor público, que agenciava as crianças e adolescentes para o grupo restante. O grupo seria formado por homens com idade superior a 50 anos, ricos e reconhecidos na sociedade, que levavam as vítimas para ranchos de pesca e chácaras na zona rural da cidade.