Portal Terra
SÃO PAULO - O pintor William Quitério, 26 anos, que sobreviveu ao cair do 10º andar de um edifício, na última sexta-feira, no centro de Araraquara, interior de São Paulo, disse que não teve ferimentos graves e nem sente medo de voltar ao serviço. Ele contou que se apavorou com a queda, mas, ao perceber que estava vivo, consciente e sem dores, pensou em sair andando.
- Eu estava pintando a sacada do prédio, me prendi com as duas cordas, uma cadeirinha e outra de segurança, mas acho que a de segurança falhou. Por isso eu caí - afirma o pintor.
Para Quitério, ele "nasceu de novo". Ele explica que ao soltar uma das cordas e dar o impulso para voltar à sacada do prédio, o nó soltou.
- Caí direto lá na clinica de ortopedia e ainda deu tempo de olhar tudo - lembra o jovem.
Ao cair, segundo ele, um amigo o soltou do cinto de segurança e pediu que ele permanecesse imóvel até a chegada dos bombeiros. "Eu estava bem e por mim até iria sair andando", conta Quitério, que teve apenas algumas escoriações pelo corpo. Apesar do susto, ele promete voltar a trabalho no mesmo edifício, na segunda-feira.
- Esse é meu emprego e não estou com medo de voltar lá, não - disse.
Quitério trabalhava na pintura da parede externa do edifício quando o nó da cadeira usada no trabalho se soltou. A queda de 30 m de altura acabou sendo amortecida ao cair em cima do telhado de uma casa vizinha.
- Ele deu sorte porque caiu bem em cima da telha de uma clínica e acabou ficando na laje - disse o sargento Amarildo Garutti, do Corpo de Bombeiros, que acompanhou o resgate.
O pintor machucou o queixo. Depois de ser imobilizado pelos bombeiros, foi socorrido por uma ambulância da Samu até a Santa Casa, onde foi medicado e liberado.
-Sem dúvida nenhuma, hoje eu nasci de novo. Os bombeiros, os médicos e os meus amigos me falaram sobre isso o tempo todo e acho que eles têm razão - diz o pintor.