JB Online
BRASÍLIA - O Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira as dez novas imagens de advertência que serão impressas no verso das embalagens de cigarro. A estratégia que utiliza o conceito Fique esperto, começar a fumar é cair na deles faz parte da campanha Juventude sem tabaco, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2008 para comemorar o Dia Mundial sem Tabaco no próximo sábado.
- As imagens são fortes. De uma certa forma, radicalizam um pouco a linha que vinha sendo adotada pelo ministério. Mas foram construídas em cima de um conjunto de evidências científicas. Há toda uma avaliação por trás que fortalece essa estratégia - avaliou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Veja as imagens.
Ao participar da cerimônia, em Brasília, ele ressaltou que há uma grande preocupação, por parte do governo federal, em relação ao consumo do tabaco entre os jovens.
- Percebemos que a indústria desenvolve uma estratégia para capturar essas garotada.
Segundo o ministro, o governo pretende trabalhar com ações de prevenção ao consumo de cigarros dentro das escolas por meio de ações previstas no Programa Mais Saúde (PAC da Saúde).
Temporão destacou que outra preocupação do governo é com relação à propaganda e à publicidade de cigarros apesar da restrição prevista pela legislação brasileira.
- A indústria consegue construir estratégias para tentar contornar esses obstáculos, patrocinando eventos esportivos e culturais.
Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (Inca), explica que as novas imagens foram produzidas de maneira que pudessem ser relacionadas a patologias provocadas pelo consumo do cigarro.
- Imagens que tivessem grande potencial aversivo e que, por si só, provocassem uma repulsa visual na sua apresentação.
Entre as imagens que serão incluídas nos maços de cigarro - e que fazem parte do terceiro grupo de advertências lançadas pelo ministério - está a de um pé mutilado pela gangrena, a de um bebê morto dentro de um cinzeiro e a de uma pessoa que respira por meio de aparelhos e é observada pela família.
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo de Melo, garante que a publicação das imagens nos maços de cigarro depende, agora, de uma resolução do órgão. Em seguida, as empresas terão um prazo de até nove meses para que a impressão seja colocada no verso das embalagens.
No Brasil, desde 2001, os fabricantes de produtos de tabaco são obrigados, por lei, a inserir nas embalagens advertências sanitárias ilustradas com fotos e o número do telefone do Disque Saúde - Pare de Fumar, serviço de atendimento gratuito do Ministério da Saúde que tem como objetivo apoiar fumantes a deixar o vício. O Brasil foi o segundo país a adotar essa medida no mundo, depois do Canadá.
Dados do Ministério da Saúde apontam que o Brasil possui 23 milhões de fumantes e registra índices de até 200 mil mortes por ano provocadas pelo consumo do tabaco. Apenas em assistência médica, o custo para o país gira em torno de R$ 400 milhões ao ano não inclusos gastos com atendimento ambulatorial, realização de exames e consumo de medicamentos.