O candidato à Presidência do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, comentou sobre as decisões judiciais que proibiram supostas propagandas eleitorais irregulares em universidades pelo País, situação que envolve ao menos 17 instituições em nove Estados. Na Universidade Federal Fluminense (UFF), fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) retiraram uma bandeira contra o fascismo que estava pendurada no prédio da Faculdade de Direito. Alunos e professores tentaram impedir a ação, classificada por eles como "arbitrária e injustificada".
"O que significa a Justiça tirar uma faixa contra o fascismo? Significa que a Justiça reconhece no meu adversário o fascismo", disparou Haddad. O candidato do PT ainda se referiu ao seu adversário como uma pessoa dona de "uma mente doentia, que está sendo adocicada pelo establishment brasileiro".
A jornalista Tereza Cruvinel, do JORNAL DO BRASIL, lembrou que Bolsonaro (PSL) "proclama ideias que se aproximam do fascismo". "Em situações assim, [outras] democracias fizeram frentes amplas, do campo democrático, pra enfrentar esse tipo de risco. Aqui, os partidos do centro não se engajaram. Esses partidos têm apreço muito pequeno pela democracia? Como se explica?", indagou.
Para Haddad, um dos fatores que contribuiu para essa "falta de apoio" é a ascensão de João Doria no PSDB. "Era um partido de centro-direita, hoje é de extrema direita. O discurso dele [Doria] lembra muito mais o discurso da velha direita paulistana. Ele distorceu completamente o partido. Aqueles que têm Mário Covas como referência já bandearam, pois acham Bolsonaro um grande risco à democracia", explicou, citando o apoio do tucano histórico Alberto Goldman.
O professor universitário disse ainda que espera um gesto do pedetista Ciro Gomes, que chega na noite desta sexta-feira ao Brasil."Espero um gesto do Ciro. Já fiz vários a ele", frisou. "Não estamos disputando protagonismo pessoal. O Ciro é uma pessoa do nosso campo", completou.