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Bannon nega participação, mas apoia Bolsonaro

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Após meses de intensas especulações sobre uma eventual participação na campanha de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência, o ex-estrategista-chefe do governo Donald Trump e criador da retórica nacionalista que elegeu o presidente americano decidiu romper o silêncio e recebeu a BBC News Brasil em seu quarto de sua casa em Washington, em uma rua pacata a poucos passos do Congresso Nacional e da Suprema Corte dos EUA.

Steve Bannon fez elogios rasgados ao presidenciável do PSL, que descreve como alguém “líder”, “brilhante”, “sofisticado” e “muito parecido” com Trump. As teorias sobre o vínculo com a campanha surgiram em agosto, depois que o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável, publicou uma foto ao lado de Bannon em um prédio comercial em Nova York. “Estamos em contato para somar forças, principalmente contra o marxismo cultural”, disse Eduardo, na época.

Bannon, por outro lado, jamais citou o nome de Bolsonaro publicamente, apesar de fazer elogios a expoentes do novo populismo nacionalista europeu, como o ministro do interior da Itália, Matteo Salvini, e o primeiro ministro da Hungria, Viktor Orban, ambos conhecidos pela retórica nacionalista e acusados de xenofobia contra muçulmanos, refugiados e imigrantes vindos de países em Guerra. “Sou apenas um apoiador”, afirmou Bannon à BBC News Brasil, em sua primeira entrevista sobre a situação política brasileira. “Eu estou aqui endossando com alegria o capitão Bolsonaro para se tornar o próximo líder do Brasil.”

Bannon diz que previu a possibilidade de Bolsonaro sofrer um atentado e que pensou em visitá-lo no hospital. “(O risco) não tem a ver com seus oponentes políticos, é sobre a natureza da anarquia no Brasil”, disse o americano ao filho do candidato, no encontro em Nova York. Bannon já foi descrito pela imprensa internacional como o segundo homem mais poderoso do mundo e como “o grande manipulador”, segundo a revista Time, por sua suposta participação no esquema da consultoria Cambridge Analytica, que usou dados de 50 milhões de perfis no Facebook sem autorização. (BBC)