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Bolsonaro diz que não escolheu novos ministros e adverte no Twitter que "nada está ganho"

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Em vídeo. Jair Bolsonaro pediu a seus simpatizantes que deem o último gás na reta final
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O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro desautorizou aliados a se anunciarem como pretensos integrantes do seu ministério. Para conter o clima de já ganhou, o presidenciável conclamou os colaboradores a focarem na campanha, alertando, em letras garrafais que a sua eleição não está garantida.

“Chegamos na reta final destas eleições. Nada está ganho! Vamos dar o último gás combatendo, com a verdade, as mentiras do PT!”, disse o ex-capitão do exército, por meio do Twitter. O candidato, que na semana passada chegou a dizer que estava “com a mão na faixa”, recuou esta semana, após os institutos de pesquisa revelarem oscilação para baixo em sua candidatura. Segundo o Datafolha, por exemplo, a diferença entre Bolsonaro e o seu concorrente, Fernando Haddad (PT) caiu seis pontos esta semana.

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Em vídeo. Jair Bolsonaro pediu a seus simpatizantes que deem o último gás na reta final (Foto: Reprodução)

A avaliação entre especialistas e até integrantes da campanha é de que o vídeo divulgado no domingo em que o filho do candidato, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), reeleito este ano com a maior votação da história, ameaça fechar o Supremo Tribunal Federal usando apenas um soldado e um cabo “sem desmerecer o soldado e o cabo”, teria influenciado na mudança de posição do eleitorado. Também pesou a fala do próprio Bolsonaro no domingo a manifestantes favoráveis à sua campanha, em que promete “varrer do mapa esses bandidos vermelhos do Brasil” e ameaça fechar o jornal ‘Folha de S. Paulo’.

Em outra postagem no Twitter o postulante diz que “as eleições só serão definidas no domingo” e manda um recado a quem já se vê escalado para compor a sua equipe ministerial. “Além dos três nomes mencionados (Onix, Heleno e Guedes), outros serão anunciados. Com intuito de se promover ou nos desgastar, oportunistas se anunciam ministros. Estes, de antemão, já podem se considerar fora de qualquer possível governo”. Os três nomes são o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), atual coordenador político da campanha, provável ministro-chefe da Casa Civil, o General Augusto Heleno, que coordena o “Grupo de Brasília”, composto por militares da reserva que colaboram com a campanha e Paulo Guedes, coordenador econômico e ministro da Fazenda, em caso de vitória.

Nesta semana, diante da provável vitória do presidenciável, aliados já especulavam os nomes que ocupariam cargos no alto escalão da Esplanada. O deputado Alberto Fraga (DEM-DF), por exemplo, após visita ao candidato na terça-feira, disse ter ouvido do próprio Bolsonaro que seria o ministro das Relações Institucionais. Amigo próximo a Bolsonaro, Fraga disputou este ano o governo do Distrito Federal, mas ficou em quarto lugar. Outro que saiu entusiasmado do encontro com Bolsonaro foi o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), para quem o candidato teria oferecido uma vaga no ministério.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, cotado para permanecer na equipe de Guedes, negou ontem que tenha sido convidado. Disse que conversou com integrantes das duas campanhas sobre temas da Fazenda, mas não houve convites. “Não vamos especular com hipóteses. Aprendi isso com o ex-ministro Henrique Meirelles”, comentou a ser questionado por jornalistas se aceitaria ficar, caso fosse sondado.

As postagens de Bolsonaro no Twitter colidem com os gestos de sua equipe de campanha. Ontem mesmo Lorenzoni confirmou à Agência Brasil ter tratado na quinta-feira com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, sobre a montagem da equipe que fará o trabalho transição entre o governo Temer e o futuro governo Bolsonaro. Segundo a Agência Brasil, o futuro ministro coletou junto a Padilha os números e dados sobre a estrutura sob responsabilidade da União, como ministérios, secretarias e autarquias e no mesmo dia levou de volta ao presidenciável um relato minucioso do que ouviu.