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Pichações contra minorias em quatro universidades

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Em menos de 24 horas, pelo menos quatro universidades públicas registraram mensagens de cunho racista e homofóbico no País. A Universidade de Brasília (UnB) confirmou a denúncia de uma pichação na porta de um dos banheiros da instituição com a ameaça de um massacre no campus caso o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, vença as eleições. Na Universidade de São Paulo (USP), portas foram pichadas com o símbolo nazista. Ataques foram registrados ainda na na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Na foto postada nas redes sociais que chegou à administração da UNB, e que viralizou na internet, a mensagem escrita à caneta faz referência ao atentado cometido por alunos de uma escola do Colorado, nos Estados Unidos, há quase 20 anos. “Se Bolsonaro for eleito, é Columbine na UnB”, estampa a pichação, lembrando o nome da instituição americana onde 12 alunos e um professor foram mortos.

Segundo a assessoria da UnB, a pichação não foi identificada pela equipe de manutenção dos espaços da instituição, que continua investigando o caso. “O caso foi reportado à Polícia Federal”, informou a universidade, em nota. Nas redes sociais, a UNB publicou respostas de repúdio a atos de vandalismo e a mensagens de incitação à violência.

No início do mês, a universidade informou que cinco livros sobre direitos humanos do acervo de sua Biblioteca Central (BCE) tinham sido propositalmente danificados, tendo algumas páginas rasgadas e riscadas. No dia, a instituição divulgou nota informando que estava fazendo uma varredura em outros títulos que tratam do mesmo assunto para verificar se havia mais obras vandalizadas.

Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a porta de um banheiro foi pichada na quarta-feira, com a mensagem “Pretaiada vai voltar para a senzala”. No local, ocorria o Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros. Os ataques ocorreram no último dia do congresso que reuniu em torno de 4 mil pesquisadores, incluindo, convidados estrangeiros de países como Argentina, Angola e Portugal. A pichação foi feita em um dos banheiros do bloco 3Q, no campus Santa Mônica, em Uberlândia (MG).

Em nota, a UFU diz repudiar o “fato criminoso de racismo contra os pesquisadores e pesquisadoras negros e negras”. Também instaurou sindicância interna para identificar e punir os responsáveis. Já o DCE (Diretório Central dos Estudantes) divulgou nota para afirmar que se solidariza e “soma forças a todas as pessoas atingidas por essa inscrição”. Ontem, o local da pichação foi interditado para as investigações.