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Guerra frustrada contra fake news

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De dentro de uma sala no edifício 20 da sede do Facebook em Menlo Park, na Califórnia (EUA), um time da empresa compra a guerra contra as notícias falsas nas eleições, mas admite que não consegue identificar todas as tentativas de influenciar os eleitores.

O Facebook convidou jornalistas a conhecer a "sala de guerra" de onde representantes de 20 equipes diferentes da companhia - entre engenheiros, pesquisadores e integrantes do time legal da empresa - ficam reunidos para agir rápido durante as eleições.

A disputa no Brasil foi a primeira a contar com o funcionamento da "sala de guerra". "Nós temos adversários sofisticados que ficam continuamente tentando encontrar novas formas", diz Nathaniel Gleicher, chefe das políticas de cibersegurança, questionado sobre a continuidade das contas falsas nas eleições brasileiras.

"Estamos fazendo nosso melhor, mas há sempre mais que poderíamos fazer para tentar achar. Sempre há mais trabalho do que podemos fazer e é por isso que tentamos estabelecer essas parcerias", afirma a diretora de políticas globais, Katie Harbath, destacando a importância da participação de autoridades eleitorais e empresas de outros ramos, como checagem de notícias, para identificar o problema.

O esforço do Facebook vem depois de a companhia sofrer um forte abalo na reputação - e perder valor em ações de mercado - com o escândalo sobre o uso de dados indevidos pela consultoria política Cambridge Analytica, na eleição americana de 2016, e a interferência de robôs russos, que impulsionaram a divulgação de conteúdo que favoreceu o então candidato e hoje presidente Donald Trump.

Segundo Samidh Chakrabarti, diretor de eleições e engajamento civil do Facebook, no caso das eleições brasileiras a "sala de guerra" conseguiu tirar do ar informação que poderia comprometer a votação no primeiro turno antes que as postagens se tornassem virais. No dia da eleição, o Facebook identificou um alto volume de postagens que indicavam que a votação se estenderia até segunda-feira, o que era mentira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.