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PSB anuncia apoio a Haddad

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A Executiva Nacional do PSB anunciou ontem o apoio ao candidato a presidente pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, no segundo turno das eleições. Na resolução aprovada pela Executiva, os socialistas defendem a criação de uma “frente ampla democrática contra uma candidatura que representa o extremo oposto das candidaturas democráticas”, conforme declarou o presidente do partido, Carlos Siqueira, ao fim da reunião.

Contraditoriamente, o partido liberou os diretórios regionais de São Paulo e do Distrito Federal para deliberarem de acordo com suas coligações. O candidato Jair Bolsonaro (PSL) obteve votação expressiva nos dois estados e, por sugestão dos candidatos Márcio França (SP) e Rodrigo Rollemberg (DF), a Executiva abriu a exceção. “Temos confiança absoluta num e noutro e saberemos que eles tomarão a decisão mais correta e em consonância com a história e com a tradição do Partido Socialista Brasileiro, e considerando também as alianças que foram formadas e que precisam ser formadas no segundo turno para chegarem à vitória”, garantiu Siqueira.

A decisão contraria a Resolução 001/2018 do Congresso Nacional do PSB, publicada em março, que vetou o apoio dos diretórios regionais a candidatos em “desacordo com as orientações políticas eleitorais da Direção Nacional e fora do arco de alianças com partidos de esquerda e centro-esquerda”.

Por causa desta resolução anterior, alguns integrantes da cúpula nacional da legenda discordaram da liberação dos dois diretórios da forma como está redigida na nota do partido, mas não puderam propor alternativas. Por uma questão de ordem apresentada pelo presidente do diretório paulista, Jonas Donizete, a nota, redigida por Siqueira e Rollemberg, foi aprovada sem debates. “Esta é uma Executiva de cordeirinhos. Aprovam a matéria para discutir depois”, reclamou Domingos Leonelli, secretário especial do partido que, insatisfeito, saiu cedo da reunião. Leonelli, assim como a senadora Lídice da Mata (BA) e o senador João Capiberibe, que disputa o segundo turno no Amapá, defenderam a inclusão de um dispositivo que desse aos dois diretórios as alternativas entre apoiar o PT ou ficar neutro, vetando o apoio a Bolsonaro.

Segundo uma fonte que esteve na reunião, os dois governadores se comprometeram informalmente em fazer a opção da neutralidade, mas apelaram para que a orientação não estivesse oficializada na resolução. “Nós asseguramos a liberdade e sabemos que eles vão tomar a decisão correta em relação ao seu estado”, afirmou Siqueira. Ao deixar a reunião, o governador do DF, que tenta a reeleição, não adiantou a sua posição. Além de São Paulo, Amapá e Distrito Federal, o PSB está no segundo turno em Sergipe, com o candidato Valadares Filho.

Também ontem, o candidato derrotado à Presidência, João Goulart Filho, do Pátria Livre (PPL), declarou apoio ao PT. “O meu partido difere em muitos pontos do programa do PT, que disputará com o filhote da ditadura o segundo turno, mas nossas diferenças jamais serão maiores que o risco de uma nova ditadura, nem maiores que a liberdade de nosso povo”, declarou Goulart, por meio de nota.

Filho do ex-presidente João Goulart, deposto pelos militares, o ex-candidato disse que pretende se unir ao PT “contra a ditadura, a opressão, ao ódio às minorias, ao homofobismo, ao direito dos povos autóctones, ao racismo e tantas outras propostas fascistas do candidato Bolsonaro. Outro partido que tende a apoiar Haddad é o Solidariedade, cuja Executiva se reúne nesta quarta-feira para deliberar. O presidente do partido, deputado Paulo da Força, adiantou ontem que a tendência é liberar os diretórios, mas que a maioria deve ficar com o PT.

Apoio incondicional de Boulos

O candidato derrotado à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, declarou apoio “incondicional” à candidatura de Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições presidenciais.

Em rápida fala após reunião de cerca de uma hora com Haddad e a executiva do PT, Boulos afirmou que o Brasil está em uma encruzilhada entre a “democracia e o autoritarismo, entre a barbárie e a civilização”. O PSOL vai integrar o comando da campanha de Haddad, que deve incorporar pontos do programa do partido.

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Hadad | partido | psb