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A uma semana da eleição, troca de farpas e ataques a Bolsonaro e PT marcam debate entre presidenciáveis

reprodução Record TV -
Presidenciáveis no debate da Record TV
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A uma semana da eleição, troca de farpas e ataques ao candidato Jair Bolsonaro e ao PT marcaram debate entre presidenciáveis, realizado pela Record TV, na noite deste domingo (30), na sede da emissora em São Paulo (SP). 

O líder das pesquisas de intenção de voto, Jair Bolsonaro (PSL) recebeu críticas dos adversários por não comparecer ao encontro e desta forma não poder ser questionado sobre as declarações polêmicas dos útlimos dias. O ex-capitão recebeu alta do hospital no último sábado (29), após ter sofrido um atentado no dia 07 de setembro. 

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Presidenciáveis no debate da Record TV (Foto: reprodução Record TV)

Estiveram presentes Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede).

1º bloco

Logo no início, o clima esquentou quando Cabo Daciolo (Patriota) abriu o debate criticando o candidato do PT, Fernando Haddad e as gestões do partido na Presidência da República. "Os senhores, PT e PSDB, casalzinho, pegaram mais de 400 milhões do BNDES e investiram fora do Brasil."

Haddad lamentou a acusação e disse que o candidato do Patriota precisa se informar melhor.

Haddad perguntou a Meirelles sobre as propostas para as pessoas com deficiência e idosos. O ex-ministro da Fazenda e do Banco Central defendeu uma 'boa política' econômica para a criação de postos de trabalho e renda direcionados a deficientes e idosos. 

As críticas a Bolsonaro foram direcionadas por Ciro Gomes e Marina. O pedetista questionou Marina Silva sobre a declaração de Bolsonaro de que não reconhece as eleições. Marina disse que "essas palavras de Bolsonaro, além de desrespeito a democracia, o Bolsonaro fala muito grosso, mas ele amarela". Para a candidata, "são palavras de quem já está com medo da derrota do povo brasileiro que será dada a ele pela atitude autoritária". Ela lembrou que se a proposta de Bolsonaro de desarmamento, dizendo que o candidato poderia ter sido ainda mais ferido caso as armas fossem liberadas no Brasil. "Aquela pessoa com uma faca poderia ter tirado a vida de outras pessoas", diz.

No embate entre Boulos e Alckmin, a PEC do Teto dos gastos esteve em foco. O tucano defendeu o proejto, que é criticado por integrantes da esquerda na disputa. O psolista voltou a criticar as

implicações do projeto sobre os investimentos do governo e a economia. Alckmin, entretanto, reafirmou que o projeto foi "necessário", sobretudo por causa da administração do PT, e emendou uma enfática defesa pelas reformas estruturais.

Ao final do primeiro bloco, Cabo Daciolo deu um tom leve quando a declaração de que estão boicotando sua participação no próximo debate. "Eu tenho o dia de hoje [domingo] para falar dessa farsa toda que é cenário político do nosso país. Que os senhores são todos os amiguinhos, eu tenho que falar que PT e PMDB de ladinho massacrando o povo", diz. Daciolo arrancou risadas dos adversários ao lembrar que é possível fazer o impossível e citou a vitória do basquete do Brasil sobre os EUA no Pan de 87. 

2º bloco

Mais uma vez, os candidatos trocaram farpas e acusações. O embate começou com Boulos, do PSOL,  questionando Haddad sobre os apoios do PT a outros candidatos a governador.  Haddad diz que tem coligação com o "PCdoB e Pros" e que partido apoia candidatos que tenham bom desempenho. 

Ciro Gomes aproveitou a pergunta sobre educação para criticar Hadada, que é ex-ministro do governo Dilma. "O Fies apresentou rombo gigantesco, que gerou grande número de inadimplentes". Haddad rebateu dizendo que "ninguém investiu mais em educação pública do que eu [quando ocupou o cargo à frente da pasta]". 

Alvaro Dias elevou o tom ao atacar o PT e acusou: "Lá da prisão, Lula  organiza a campanha do PT de dentro da cela onde está preso em Curitiba." Boulos e Dias aproveitaram para criticar a corrupção das empresas públicas e lamentar a situação da Petrobras.  

3º bloco

Um dos momentos mais esperados do debate ocorreu no terceiro bloco no embate direto entre Ciro Gomes, do PDT, e Fernando Haddad, do PT - respectivamente segundo e terceiro colocados nas últimas pesquisas de intenção de voto. 

Ciro Gomes questinou Haddad sobre a proposta de criar uma nova constituição, caso eleito. De acordo com o pedetista, não caberia ao Presidente tal responsabilidade. Haddad explicou que a proposta visa criar uma "constituição mais moderna, mais enxuta". Na réplica, o candidato foi direto e disse ao petista que "não acredita em uma única palavra que você acabou de dizer". Ciro disse que a proposta do PT se assemelha a do vice de Bolsonaro, General Mourão -  elaborada por um grupo de "notáveis" e depois levada a um plebiscito. Haddad negou semelhança com o modelo defendido por Mourão. "Para mim, a liberdade e a democracia vêm sempre em primeiro lugar", disse Haddad.

Marina fala que o desemprego é um problema grave no Brasil. Marina pergunta ao candidato Cabo Daciolo qual a proposta para recuperar os empregos. Daciolo afirmou que é preciso identificar os culpados pelos grandes números do desemprego brasileiro. "Os senhores têm que aprender a amar o próximo, nunca passaram necessidade", afirma. Daciolo aproveitou para criticar PT e MDB - partidos que governaram o país nos últimos quatro anos com Dilma Rousseff e Michel e Temer. 

4º bloco

No último bloco, os candidatos fizeram suas considerações e falaram diretamente com o eleitor. 

Geraldo Alckmin, do PSDB, lembrou que esta é a 'semana definitiva'. "As grandes viradas ocorrem no final. Entendemos que nem o radicalismo do Bolsonaro, nem o do PT. Eles não." Juntos vamos unir o Brasil. Ter um Brasil com paz, prosperidade, emprego, da fraternidade."

Fernando Haddad, do PT, disse  que "vislumbra brasileiros com a carteira de trabalho assinada e com educação, com um livro na mão e não com armas". O candidato lembrou a gestão do ex-presidente Lula e afirmou que o Brasil vai ser feliz de novo se for eleito como presidente.

Alvaro Dias, do Podemos,  destacou sua trajetória na vida e na carreira política pautada pela responsabilidade e pediu o voto ao eleitor. 'Nnosso desejo é refundar a república, sem o combate implacável à corrupção não poderemos mudar o Brasil, por isso peço o seu voto". 

Ciro Gomes, do PDT,  se dirigiu aos eleitores indecisos ou que estão pensando em mudar de candidato. "A única certeza dessas eleições é que a crise vai continuar". O candidato diz que "pede oportunidade para reconciliar o Brasil".

Guilherme Boulos, PSOL, disse  que é preciso coragem no atual contexto político do país. "É momento de fortalecer a mudança. Eleição não é igual corrida de cavalo quando você escolhe quem está em primeiro lugar."

Marina Silva, da Rede,  afirmou que entrou na campanha para oferecer "a outra face": a verdade, o amor e o trabalho. "Uma casa dividida não tem como subsitir."

Cabo Daciolo, do Patriota, diz que acredita  em sinais e agradeceu sua vice. "Eu sei quais os nossos adversários", afirma.

Henrique Meirelles, do MDB, lembrou que a política brasileira vive um ringue. "Eu já mostrei ao longo da minha vida que o que interessa é resultado", diz Meirelles. O candidato diz que vai lutar por empregos e crescimento.