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Candidatos se dividem sobre decisão do TSE

Apenas Ciro e Boulos lamentaram "momento difícil" do PT

Wilton Junior/AE -
Marina disse, na Baixada Fluminense, que a "população vai poder fazer escolha"
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Os candidatos à Presidência da República enfatizaram, nas redes sociais, o prosseguimento da corrida presidencial após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que rejeitou, por seis votos a um, o registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A candidata da Rede, Marina Silva, afirma, em seu perfil no Twitter, que a despeito da sequência do processo eleitoral conforme os ritos legais, “a Justiça ainda precisa alcançar todos aqueles que cometeram crimes e que estão protegidos pelo manto da impunidade do foro privilegiado”. Ontem, durante campanha na baixada fluminense, disse que “agora teremos os candidatos que podem ser candidatos e assim a população vai poder fazer a sua escolha”.

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Marina disse, na Baixada Fluminense, que a "população vai poder fazer escolha" (Foto: Wilton Junior/AE)

Ciro Gomes, do PDT, ressalta que, embora considere injusta a condenação de Lula, a Lei da Ficha Limpa certamente impediria a candidatura do ex-presidente. “Compreendo a dor e o momento difícil por que passa o PT, mas entendo que a decisão neste momento tornará a campanha mais clara para os eleitores, evitando o trauma e a perplexidade de uma substituição na véspera da eleição”, avalia ele, que acrescenta: “A decisão do TSE que tornou o ex-presidente Lula inelegível infelizmente já era prevista”.

A decisão do TSE, na opinião do candidato do PSOL, Guilherme Boulos, confirma um “jogo de cartas marcadas contra Lula”. “Mais um capítulo da desmoralização do Judiciário brasileiro. Perde a democracia”, resume ele, em seu perfil no Twitter.

Já o candidato Jair Bolsonaro, do PSL, destaca a necessidade de as leis serem cumpridas. “Estamos presenciando um exemplo prático do que é um país com sua soberania ameaçada. Justiça, investigações, leis, penas, nada disso tem significado diante desta situação. Parte de nossa missão é justamente garantir essa soberania para que nossas leis sejam devidamente cumpridas!”, afirma no Twitter.

Álvaro Dias, do Podemos, gravou um vídeo em que afirma que o TSE “respeitou o Brasil decente”. Segundo ele, o tribunal julgou “o que não deveria nem estar sendo julgado, porque é surreal a candidatura de um político preso por corrupção e lavagem de dinheiro, inelegível desde a Lei Ficha Limpa”. Dias criticou ainda o voto do ministro Edson Fachin, que votou a favor do registro da candidatura de Lula, e chamou a atenção para a necessidade de repensar o modelo de preenchimento de cargos de ministros de tribunais superiores.

“Confesso minha profunda tristeza com esse comportamento, de alguém que vinha se comportando bem, mas ontem à noite pisou na bola. Sujou a sua biografia, adotando uma posição inexplicável, injustificável.”, questionou Dias.

Para votar pela liberação da candidatura de Lula, Fachin recorreu ao comunicado do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que pede que ex-presidente participe como candidato das eleições de 2018. Segundo Dias, a justificativa é uma “afronta à soberania” brasileira.

Geraldo Alckmin, candidato do PSDB, defendeu que decisão judicial “se respeita e se acata”. “Nós vamos saber agora quem é o candidato. É importante, a campanha já começou, a gente sabe os candidatos, quem são e as suas propostas. E é isso o que interessa para o Brasil”, afirmou, no Ceará.

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