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A mais importante lição

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A mais importante lição, nesses anos de crise: é possível persistir, e ser reconhecido por resultados, gradualmente.

Estamos em ano eleitoral. Não precisamos de mais discursos ideológicos, de mais armadilhas conceituais, de imediatismo.

A política não existe como simples resultado de interesses privados, pressupõe um contrato social, que precede e ultrapassa todos os contratos particulares. Se abandonarmos este postulado, o espaço da política é ameaçado de desaparecimento.

Nada mais intolerável do que juristas denominam "conflito de interesses". O debate perde a dimensão de duração, restringindo-se a situações, ao invés de se organizar em torno de princípios. Daí decorre uma sucessão efêmera de percepções.

Talvez a principal função do político, impotente em face do conflito de interesses, seja a gestão das percepções coletivas.

Para qualquer problema, existe uma percepção dominante, em relação à qual a pessoa se define - pelo sim ou não. O debate político sobre a organização da sociedade apequena-se - como encolhimento do processo de decisão em si.

Mal se consegue ter mais de um assunto importante. Quase só se fala de um assunto, e rapidamente perde-se o interesse.

Engenheiro, é autor de "Por Inteiro" (Editora Multifoco, 2019)