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Sucesso

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Fala-se muito a respeito do sucesso. Muitas são as interpretações para a palavra “sucesso” (aquilo que sucede, resultado de um negócio ou empreendimento etc.). Empresas longínquas são consideradas um sucesso.

Desejamos o sucesso, buscamos o sucesso e nessa busca em si não há mal nenhum, muito pelo contrário, é ótimo, nos motiva a enfrentar fortes desafios. Pode nos fazer crescer. No entanto, como temos procurado esse crescimento? Por nossos próprios méritos ou em detrimento da ética?

Em mais de 200 anos de estudos publicados sobre ética, nos primeiros 150 anos falava- se muito em princípios, tais como: lealdade, honestidade, paciência, entre outros, como sendo a base para uma gestão de sucesso.

Há cerca de 50 anos, tem-se focado na personalidade, no indivíduo como principal fator crítico para o sucesso. Não que não seja válido atentarmos para técnicas que melhorem nossa performance profissional, mas se empreendermos todos os nossos esforços nisso, corremos o risco de sermos rasos.

Os acertos sem uma base sólida de princípios tendem a ser acertos de curto prazo e não de longo. Se quisermos realizar uma gestão bem-sucedida a longo prazo, precisamos rever paradigmas. Os paradigmas são lentes com as quais vemos o mundo. Para mudarmos nossas atitudes e comportamentos, precisamos de percepções que nos levem a enxergar de forma diferente o que nos cerca.

Muitos gestores gostariam de ver uma mudança no comportamento de suas equipes e investem tempo e até mesmo recursos para isso, porém, se o colaborador não mudar sua percepção quanto à necessidade da mudança, ela não ocorrerá de fato.

As empresas que se destacaram como as melhores para trabalhar em 2019 trazem como características em comum a maturidade, a inovação, um clima organizacional sinergético e uma excelente gestão de pessoas promovendo o bem-estar do colaborador, como alavancas para o aumento da produtividade.

A era tecnológica nos ensinou a sermos velozes e exigirmos resultados rápidos, mas quando o assunto é comportamento humano, precisamos percorrer um caminho sem atalhos.

Recentemente, cogitou-se que investimentos em IPO's (sigla em inglês Initial Public Offering para oferta pública inicial ou OPI, significando quando uma empresa vende ações para o público pela primeira vez, também conhecido como abertura de capital), traziam grandes lucros de forma rápida e garantida. Ao analisar esses investimentos ao longo do tempo, viu-se que isso não é uma regra, muito pelo contrário, investir em empresas entrantes no mercado de ações pode gerar perdas significativas, como o caso da OGX.

O número de empresas brasileiras que ingressam na bolsa de valores pela primeira vez tem aumentado e as projeções para 2020 são de novas empresas abrirem seu capital.

São várias as vantagens de se ingressar na bolsa, sendo as principais o aporte de capital e o maior reconhecimento da empresa. Como principais desvantagens, eu destacaria a exposição pública dos ativos, passivos e demais índices pertencentes até então apenas à contabilidade da empresa.

Levando em consideração os comportamentos frente ao risco, amantes, neutros e avessos, no Brasil ainda se investe muito pouco em renda variável, este percentual não chega sequer a 5%.

Para 2020, com a rentabilidade dos investimentos em renda fixa permanecendo a níveis baixos, especula-se que o brasileiro tende a arriscar mais.

Não existe fórmula mágica para obtenção do sucesso. Existe trabalho, dedicação e aprimoramento, aliados a integridade e honestidade, sendo as duas últimas os pilares da confiança. Geramos confiança, principalmente quando vivemos os princípios que vendemos no momento em que estamos fora dos holofotes. Nunca esquecendo que as vitórias particulares precedem as vitórias públicas!

Cristiana Aguiar - Economista, MBA em Gestão Empresarial pela FGV, especialização em Gestão de Pessoas e Equipe pela PUC, conselheira do Conselho Empresarial de Governança e Compliance da Associação Comercial do Rio de Janeiro – ACRJ e autora de diversos artigos publicados.