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Estamos somente numa nova etapa

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O fim dos acordos monetários de Bretton Woods com a crise do petróleo de 1973 liberou volumes de capital global que até então eram de caráter nacional e fixo em fluxos de dinheiro que provinham de fontes de recursos diversificados.

Esse novo dinheiro buscava retorno de curto prazo no valor das ações e em instrumentos financeiros, baseava-se nos preços das ações, e não na saúde das empresas. A nova escala de tempo mudou a maneira de estruturar as empresas.

Manuel Castells caracterizou a economia política como "um espaço de fluxos" que favorece transações a relacionamentos. O conhecimento superficial dos outros num trabalho de curto prazo contrasta com o vínculo social.

Um comportamento social portátil que os integrantes deviam poder praticar em qualquer lugar e com qualquer um. Após a crise de 2008, tomamos conhecimento de que muitos dos protagonistas pouco entendiam do que estavam fazendo.

Em 1840, já escrevera Tocqueville: "Cada pessoa, retirada em si mesma, comporta-se como se fosse alheia ao destino de todas as demais." Sustentou que o individualismo aumentaria na sociedade com o recuo moderno da tradição.

A extensão e o padrão da individualização diferem amplamente, conforme a estrutura do país. "Quem sou eu?". Vemos, atualmente, o quanto a existência da pessoa como ser individual é indissociável de sua existência como ser social.

Uma diferenciação avançada entre as pessoas traz uma grande diversidade e variabilidade das relações pessoais. Pode ser observada em fenômenos como as mudanças no grupo de parentesco e, portanto, na família em sentido estrito.

Muito do que aconteceu nas gerações passadas, do que continuou a viver na memória coletiva, parece desvanecer. Estamos somente numa nova etapa da transição para uma elaboração do que se pretende dizer com direitos humanos.

*Engenheiro, é autor do livro "Por Inteiro"" (Editora Multifoco, 2019)