A realidade ultrapassou o projeto social, cultural ou político, para se tornar expressão do Mal em Kolyma e Auschwitz.
Havia que buscar imperativamente um princípio de avaliação e de compreensão não social, político, econômico; mesmo difícil de qualificar como cultural, em regimes que recusaram a milhões o direito elementar de serem humanos.
Para lá de diferenças que separam indivíduos em toda espécie de capacidades e comportamentos, uma definição transborda todas as formas de organização social ou poder político: "Os homens nascem e vivem livres e iguais em direitos."
Hoje a tendência para mudança e diferenciação combina o ponto de vista do indivíduo com o ponto de vista da sociedade. O respeito pelo indivíduo é a condição do respeito pelos direitos sociais e culturais: a condição da democracia.
Concepção determinista entende o indivíduo como ser social definido por situação, funções, relações de poder. Não existe qualquer correspondência natural entre o sentido de uma situação e a consciência de quem dela participa.
Nas sociedades que exercem mais poder sobre si, as mulheres operam uma grande inversão cultural. Uma cultura do conhecimento e de construção de si. Foram elas que descobriram o sentido das mudanças significativas em curso.
Mudanças na vida social e política vão longe. Não é possível escolher de maneira absoluta o campo num debate. Descobrimos que as modernizações múltiplas e aceleradas propostas pela tecnologia nos põem perante opções impossíveis.
Só existimos se formos capazes de viver a tensão entre a pertença a grupos e uma história e a consciência de nós mesmos.
*Engenheiro