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CRAB se une ao movimento de revitalização da Praça Tiradentes

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A expressão já é conhecida, mas cabe aqui relembrar: o que seria de Paris sem o Louvre? O principal museu da França, situado no coração da capital francesa, não é autossuficiente. A bilheteria só sustenta 20% dos seus custos. Os outros 80% vêm de aportes do governo. Mas a pergunta é: Paris seria a mesma sem o Louvre? Não, por isso o poder público investe naquela edificação monumental, recheada de obras de arte importantíssimas para o mundo. Os governantes franceses sabem que o museu movimenta uma economia rentável e criativa ao seu redor, por causa do fluxo intenso de turistas.

A Praça Tiradentes e arredores, onde está situado o Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB) e outros equipamentos culturais da cidade, deveria ser cuidada pelo poder público carioca com esse mesmo olhar. Sim, a região passou a integrar o Corredor Cultural do Centro e ganhou uma reforma urbanística em 2011 que tornou seu ambiente mais acolhedor, livre de grades, iluminada e com calçamento recuperado. Mas isso ainda é pouco. Se sua importância histórica para o país é inquestionável – foi lá que D. Pedro I jurou fidelidade à Constituição portuguesa, para depois liderar a independência do Brasil; que, nas proximidades, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi executado e várias famílias nobres vindas de Portugal se instalaram em palacetes, atraindo tradicionais teatros, cafés e lojas –, sua simbologia para o Rio de Janeiro é vital: a Praça é o lugar que mais representa o espírito e a alma do carioca, criativa, musical e divertida.

Entretanto, recente pesquisa, feita pela área de Gestão de Economia Criativa da ESPM em parceria com o Centro Carioca de Design (da Prefeitura) e a rede Tiradentes Cultural, mostra um fato impressionante. A praça é quase invisível para quem passa ou trabalha por lá. Vejam esses números: no universo dos entrevistados, 60% circulam pela praça todos os dias úteis (transeuntes), a maioria porque trabalha em locais próximos ou para fazer compras. Pois desse grupo, 40% não conhecem nenhum espaço cultural ali localizado. E atualmente existem 15 equipamentos culturais (centros, museus, teatros etc) na Praça e seu entorno.

A boa notícia é que esse cenário pode mudar. No grupo de pesquisados, há um público fiel: 38,7% afirmaram que vêm todos os meses à Praça Tiradentes (ao menos uma vez por mês) para algum tipo de lazer, principalmente quando há atrações de gastronomia, shows e a feira do Lavradio, como no Circuito Tiradentes Cultural. E outros 35,8% disseram que era sua primeira visita ao local, mas demonstraram interesse em voltar. Isso é um importante indicativo de que podemos atrair mais público para a Praça e, consequentemente, para os espaços culturais do local e vizinhança.

O CRAB, criado em março de 2016 em um conjunto de três prédios históricos da Tiradentes, já tem uma participação importante na revitalização urbanística da região. Nosso espaço cultural ganhou o prêmio Arquitetura de Edificações, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), e por duas vezes o certificado de excelência do Trip Advisor. No entanto, queremos contribuir mais ativamente para o renascimento da Tiradentes. E o melhor caminho é por meio de parcerias com os comerciantes e espaços culturais vizinhos ou com o apoio direto às intervenções culturais na praça, como o recente evento conjunto do CRAB e Sebrae Rio com a Tiradentes Cultural, que realizou uma edição especial de sua feira em homenagem ao dia empreendedor. É importante ressaltar que temos uma missão parecida: o CRAB e a Praça Tiradentes unem lazer, história e negócios.

* diretor-gerente do CRAB e de Economia Criativa do Sebrae Rio