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O cuidado com a casa comum

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O tema das queimadas na Amazônia foi bastante discutido nessa semana. Isso porque, na segunda-feira, o dia virou noite em São Paulo e meteorologistas relacionaram o fenômeno com a chegada de uma frente fria e também de partículas oriundas da fumaça produzida em incêndios florestais.

Independente da causa do céu escuro em São Paulo, a Amazônia é uma preocupação que deve sempre ter a nossa atenção. Será realizado em outubro, no Vaticano, o Sínodo da Amazônia, onde serão discutidos os problemas que surgem da exploração descontrolada da riqueza natural e afetam a ecologia da região.

Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco tem, com frequência, falado sobre as questões ambientais e a responsabilidade do homem diante da criação. Ele lançou uma Encíclica Ecológica considerada um presente para o planeta Terra. Muitos aspectos mantêm viva a chama da “Laudato Si” no momento em que o mundo vive uma grave crise socioambiental.

No documento, o Papa Francisco convida para uma conversão ecológica e faz uma forte crítica em relação à visão consumista do ser humano, incentivada pelos mecanismos da economia globalizada. Para o Papa, este comportamento consome e destrói exageradamente os recursos disponíveis no mundo.

O ritmo de consumo, o desperdício e a alteração do meio ambiente superaram as possibilidades do planeta, tornando este estilo de vida insustentável. O documento também se refere à cultura do descarte que afeta tanto os seres humanos excluídos, como as demais coisas que se convertem rapidamente em lixo. Segundo o Papa, ainda não conseguimos adotar um modelo circular de produção para assegurar e limitar o uso dos recursos não renováveis, moderando o seu consumo e maximizando a eficiência no aproveitamento, reutilização e reciclagem.

A “Laudato Si” aponta novos horizontes mais sustentáveis: uma visão mais sistêmica de mundo, uma relação mais estreita entre as questões sociais e ambientais, uma destinação mais nobre dos bens comuns, uma maior prioridade pelas vidas vulneráveis, um novo estilo de vida mais simples e menos consumista, a importância em valorizar os pequenos gestos na mudança dos hábitos, além de uma relação mais respeitosa com todos os seres vivos.

Colocar em prática as propostas da “Laudato Si” é assumir um compromisso com a missão que é de todos nós que habitamos a casa comum, sem medo de criticar as insustentabilidades sociais e ambientais, e olhar com a esperança de que podemos mudar o que não está bem no mundo onde vivemos.

O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir todos em busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. Ao fazer a nossa parte, buscamos um mundo mais justo, fraterno e ecologicamente sustentável.

É necessário renovar o diálogo sobre a maneira como estamos construindo o futuro do planeta. Por isso, vamos rezar para que o Sínodo da Amazônia aponte novos caminhos para uma ecologia integral. Louvado seja!