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O diálogo em família

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Diálogo segundo o dicionário é: discussão ou negociação entre duas ou mais partes; fala interativa; conversa. Fundamental para o bom funcionamento de qualquer relação, o diálogo muitas vezes perde espaço dentro de nossa própria casa.


O diálogo é uma modalidade privilegiada e indispensável para viver, exprimir e maturar o amor na vida familiar. Mas requer uma longa aprendizagem. Homens e mulheres, adultos e jovens tem maneiras diversas de comunicar, usam linguagens diferentes, regem-se por códigos distintos.


O modo de perguntar, a forma de responder, o tom usado, o momento escolhido e muitos outros fatores podem condicionar a comunicação. Além disso, é sempre necessário cultivar algumas atitudes que são expressão de amor e tornam possível o diálogo autêntico.


Reservar tempo, tempo de qualidade, que permita escutar, com paciência e atenção, até que o outro tenha manifestado tudo o que precisava comunicar. Isto requer a inteligência de não começar a falar antes do momento apropriado. Em vez de começar a dar opiniões ou conselhos, é preciso ter certeza de que escutou tudo o que o outro tem necessidade de dizer. Isto implica fazer silêncio interior, sem pressa, para escutar sem ruídos no coração e na mente.


Digo isto, porque cada vez se torna mais comum a comunicação em família através de dispositivos eletrônicos. Falta o encontro, o olhar nos olhos, a atenção única e exclusiva para com os familiares. Isso está se perdendo, e não podemos deixar acontecer. Muitas vezes um dos cônjuges ou os filhos não precisam de uma solução para os seus problemas, mas de ser ouvido. Se faz necessário desenvolver o hábito de dar real importância ao outro. Trata-se de dar valor à sua pessoa, reconhecer que tem direito de existir, pensar de maneira autônoma e ser feliz. É preciso nunca subestimar aquilo que diz ou reivindica, ainda que seja necessário exprimir o seu ponto de vista.


Temos que estar atentos a eventuais interferências, a fim de que não destruam um processo de diálogo. É importante a capacidade de expressar aquilo que se sente, sem ferir; utilizar uma linguagem e um modo de falar que possam ser mais facilmente tolerados pelo outro, embora o conteúdo seja exigente; expor as próprias críticas, mas sem descarregar a ira como uma forma de vingança, e evitar uma linguagem moralizante que procure apenas agredir.


Há tantas discussões em família que não são por questões graves; às vezes se trata de pequenas coisas, pouco relevantes, mas o que altera os ânimos é o modo de as dizer ou a atitude que se assume no diálogo.
É importante ter gestos de solicitude pelo outro e demonstrações de carinho. O amor supera as piores barreiras. Quando se pode amar alguém ou quando nos sentimos amados por essa pessoa, conseguimos entender melhor o que ela quer exprimir e nos fazer compreender.


Reconheçamos que, para ser profícuo o diálogo, é preciso ter algo para se dizer; e isto requer uma riqueza interior que se alimenta com a leitura, a reflexão pessoal, a oração. Caso contrário, a conversa se torna inconsistente. Vamos dialogar mais, amar mais, escutar sem pressa! Que Deus nos ajude nessa importante missão de ser família!