Amanhã, 26 de julho, a Igreja celebra os pais da Virgem Maria, os avós de Jesus: São Joaquim e Sant’Ana. Na casa deles veio ao mundo Maria, onde cresceu e aprendeu a escutar o Senhor e seguir a sua vontade. Percebemos o valor precioso da família como lugar privilegiado para transmitir a fé.
No Brasil, celebramos nesta data o dia dos avós. Como eles são importantes na vida da família para comunicar o patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para qualquer sociedade! E como são importantes o encontro e o diálogo entre as gerações, principalmente dentro da família.
Esta relação entre as gerações é um tesouro que deve ser conservado. Mas nem sempre damos o devido valor as gerações mais velhas. Muitas vezes nos falta paciência, acolhimento e amor. Desprezamos a experiência dos mais velhos e não os ouvimos.
Graças aos progressos da medicina, a vida se prolongou: mas a sociedade não se ampliou à vida! O número de idosos se multiplicou, mas a nossa sociedade não se organizou suficientemente para lhes deixar espaço, com o justo respeito e a concreta consideração pela sua fragilidade e dignidade.
Enquanto somos jovens, somos levados a ignorar a velhice, como se fosse uma enfermidade da qual devemos manter à distância; depois, quando envelhecemos, experimentamos as lacunas de uma sociedade que ignora os idosos. Mas os idosos são uma riqueza, não podem ser ignorados!
O Papa Emérito Bento XVI costuma dizer que a qualidade de uma sociedade se julga também pelo modo como tratam os idosos e pelo lugar que lhes reservam na vida comum. É verdade, a atenção aos idosos distingue uma civilização. Uma civilização prosperará se souber respeitar a sabedoria, a experiência dos mais velhos. Em uma civilização em que não há espaço para os idosos ou onde eles são descartados porque criam problemas, tal sociedade traz em si o vírus da morte.
Alguns estudiosos costumam dizer que vivemos o século do envelhecimento: os filhos diminuem, os anciãos aumentam. Este desequilíbrio é um grande desafio para a sociedade contemporânea. No entanto, uma cultura do lucro insiste em fazer com que os idosos pareçam um peso, um fardo. Esta cultura pensa que não só não produzem, mas chegam a ser uma carga e devem ser descartados. É feio ver os idosos descartados, é algo desagradável, é pecado!
Não podemos nos conformar com uma mentalidade de intolerância e, muito menos, de indiferença e de desprezo em relação à velhice. Devemos despertar o sentido comunitário de gratidão, de apreço e de hospitalidade, que levem o idoso a sentir-se parte viva da sua comunidade.
Os idosos são homens e mulheres, pais e mães que antes de nós percorreram o nosso próprio caminho, estiveram na nossa mesma casa, combateram a nossa mesma batalha diária por uma vida digna. São homens e mulheres dos quais recebemos muito. O idoso somos nós: daqui a pouco, daqui a muito tempo, contudo inevitavelmente, embora não pensemos nisto. Viva todos os avôs e avós! Viva os idosos! Viva São Joaquim e Sant`Ana, os avós de Jesus!