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BRICS sobrevive ao G20

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Na última reunião do G20 em Tóquio na semana passada, o Presidente Jair Bolsonaro mostrou seu entendimento das relações internacionais como feitas puramente de relações de força entre as nações. No encontro entre os líderes dos países BRICS – dentro dessa Reunião do G20, como de hábito - ele evitou tratar da crise venezuelana, ao não mencionar a crise do nosso país vizinho.

Assim, ele optou por “não polemizar” com o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, uma vez que este país foi por ele reconhecido como uma “potência nuclear”, a ser provavelmente temida. De fato, Putin não só apoia Nicolas Maduro, mas já enviou forças aéreas e terrestres para aquele país. Ao lado desta, dentro do grupo BRICS, está a China igualmente alinhada com Maduro.

Por esta razão inclusive, cogitou-se que Bolsonaro não compareceria a este habitual encontro dos países BRICS, e houve quem tivesse anunciado sua provável ausência, Para surpresa de muitos, entretanto, isso não aconteceu e ele compareceu. Ele acabou por mencionar brevemente a Venezuela, mas apenas conclamando que os demais países BRICS “pudessem favorecer o retorno da democracia daquele país”.

Surpreendentemente, o desfecho deste episódio, contudo, deu-se posteriormente à reunião dos BRICS por iniciativa da “temida” Rússia, cujo vice-ministro das Finanças, Sergei Storchak, acabou por manifestar os países BRICS podem tentar "levar as partes em disputa à mesa de negociação". Um novo espaço de negociação foi portanto aberto, mas por iniciativa da Federação Russa.

Apesar das crescentes dissonâncias internas, o grupo BRICS parece ter respirado mais alguns momentos.

* Professor do Depto. de Ciência Política da UFF

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Bric | G20