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Estender a mão ao pobre

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Muitas vezes ficamos perdidos sem saber como podemos ajudar e fazer a diferença na sociedade. Queremos contribuir de forma concreta, ajudar a encontrar caminhos e soluções para os problemas daqueles que mais precisam, mas não sabemos como. É comum as pessoas desanimarem, e por não fazerem algo grande e relevante, acabam esquecendo dos mais vulneráveis e não são capazes de estender a mão para os pobres.

‘Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade’ (1 Jo 3, 18). Estas palavras de Jesus transmitidas pelo apóstolo João exprimem um imperativo de que nenhum cristão pode prescindir. Não podemos deixar de ajudar os mais necessitados através de importantes atitudes.

E também não podemos pensar nos pobres apenas como destinatários de uma obra de voluntariado, que se pratica uma vez por mês, ou, menos ainda, de gestos improvisados de boa vontade para ficar com a consciência em paz. Estas experiências, embora válidas e úteis a fim de sensibilizar para as necessidades de tantas pessoas, deveriam abrir a um verdadeiro encontro com os pobres e dar lugar a um novo estilo de vida.

Somos constantemente chamados a estender a mão aos pobres, a encontrá-los, olha-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe a solidão. A sua mão levantada para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos as dificuldades do outro. Como é difícil...

Sabemos que é muito complicado, no mundo contemporâneo, identificar claramente a pobreza. No entanto, ela nos interpela todos os dias com os seus inúmeros rostos marcados pelo sofrimento, pela marginalização, pela opressão, pela violência. Muitas vezes, nas ruas, temos medo do pobre, fruto da injustiça social, da miséria moral e da indiferença generalizada. Isso não pode nos paralisar.

Infelizmente, nos nossos dias, enquanto sobressai a riqueza descarada que se acumula nas mãos de poucos privilegiados, nos assusta a extensão da pobreza no mundo inteiro. Perante este cenário, não podemos permanecer inerte e, menos ainda, resignados.

Nos, homens e mulheres de boa vontade, devemos olhar para todos aqueles que levantam as suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade. São nossos irmãos e irmãs, criados e amados por Deus. Devemos todos, independentemente da crença religiosa, nos abrirmos à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade.

É importante que para esse ímpeto de solidariedade, a gente se mantenha firme na oração. Não esqueçamos que o Pai Nosso é a oração dos pobres. De fato, o pedido do pão exprime a entrega a Deus das necessidades primárias da nossa vida. Tudo o que Jesus nos ensinou com esta oração exprime o grito de quem sofre pela falta do necessário.

O Pai Nosso é uma oração que se exprime no plural: o pão que se pede é nosso, e isto implica coparticipação e responsabilidade comum. Nesta oração, todos reconhecemos a exigência de superar qualquer forma de egoísmo, para termos acesso à alegria da partilha.

Que o Nosso Pai nos auxilie nesta difícil, mas tão necessária missão de ajudar o outro que nada tem.