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Nas condições da modernidade

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A falsa interpretação dos fatos, com incrível rapidez de comunicação nos dias de hoje, é inevitável. Comum é a visão que leva a exaltar ou denegrir fatos, em detrimento das análises seriamente realizadas.

Os numerosos filtros que ocorrem hoje nos mais diversos meios de comunicação não são aleatórios. Se os fatos são apenas categorias arbitrárias, tudo o que aparentemente importa é a fabricação de versões.

Mesmo que não possamos conhecer o sentido profundo das nossas palavras e dos nossos atos, quanto maior o nosso distanciamento das versões, maior será a formulação de um sentido de nossas condutas.

Em meio aos movimentos acelerados da vida contemporânea, havemos de encontrar o sentido através da história e das transformações repetidas, na sociedade com maior capacidade de autotransformação.

Não é das polarizações, tão presentes hoje, que podem vir as transformações necessárias ao Brasil. As transformações necessárias estarão ligadas ao estabelecimento das conexões de grande amplitude.

A modernidade introduz dinamismo elementar associado a mudanças nos mecanismos de confiança. Uma confiança inteligente pode ser vista como efetiva proteção contra ameaças e perigos futuros que permite que o indivíduo mantenha a esperança e a coragem diante de circunstâncias debilitantes.

Somos capazes de pensar para frente, e antecipar possibilidades futuras em relação à ação presente. A dramatização dos riscos que a humanidade agora enfrenta é um empreendimento necessário, e algumas das pressões e movimentos que ela ajudou a estimular são as melhores esperanças para o futuro.

Hoje, há inúmeros casos onde o risco não pode ser plenamente avaliado, e outros onde especialistas de renome estão em desacordo, talvez de maneira radical, sobre o risco de cursos particulares de ação.

Nas condições da modernidade não há autoridades definitivas. A modernidade inaugura o projeto do eu, porém sob condições fortemente influenciadas pelos efeitos padronizadores da globalização: em maior ou menor grau, mediante posse dos bens desejados, estilos de vida artificialmente criados. A aparência substitui a essência quando signos de consumo passam a superar os próprios valores de uso.

* Engenheiro