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Somos feitos de luta, união e esperança

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No fim de uma das campanhas eleitorais mais anômalas e violentas da nossa história, o eleitorado praticamente dividido elegeu o candidato que pregava o ódio e o desrespeito aos direitos humanos e às instituições democráticas.

Analisando os 147 milhões de eleitores em todo o país, 57 milhões votaram em Jair Bolsonaro, 47 milhões votaram em Fernando Haddad e cerca de 43 milhões votaram em branco, nulo ou não votaram. Ou seja, os números mostram que Bolsonaro foi eleito por menos da metade do eleitorado do país, já que 90 milhões não votaram no candidato do ódio.

Respeitando a liberdade do voto podemos dizer que a maioria dos eleitores de Bolsonaro, sobretudo aqueles da base popular, não conhecia de verdade o candidato em que votou. Na realidade votaram num “mito”. Foram convencidos por meio de fake news e não num debate democrático entre ele e o seu adversário. O mais grave: seu eleitor não sabe nada sobre o que Bolsonaro vai fazer com a economia, que é o oxigênio que move o país e mexe com o bolso de todo o povo brasileiro.

Lamentavelmente, a chamada pauta econômica e social foi escondida por Bolsonaro a sete chaves e, somente agora, depois de eleito, é que seus seguidores vão conhecer. E certamente não vão gostar nem um pouco. Uma delas já começa a ser costurada durante a própria transição, que é a reforma da Previdência de Temer, já repudiada pela maioria da sociedade.

Quem votou contra Bolsonaro sabia exatamente o que ele é e o que defendia para o país e para o povo. Ele nunca fez questão de esconder que é racista, machista, homofóbico e inimigo da classe trabalhadora, pois pretende acabar com todos os direitos trabalhistas, inclusive o 13º, o abono de férias e a licença maternidade, além de comprimir o salário mínimo e as aposentadorias, achatando ainda mais a qualidade de vida da população.

Faremos oposição firme e destemida contra a orientação fascista de seu governo e contra todas as propostas que atinjam o povo e a soberania nacional. Mesmo sofrendo os efeitos das fake news contra Haddad e o PT, os petistas saíram da eleição com grande força política, pois elegemos mais quatro senadores e a maior bancada federal, com 57 deputados e deputadas. Além disso, elegemos quatro governadores, o maior número entre os partidos.

A esperança não nos abandonou, pois os 47 milhões de eleitores que votaram contra o capitão por um projeto de nação livre e democrática, juntamente com Lula, Haddad, Gleisi, Jaques Wagner, Manuela, Boulos e Ciro; com o PT e demais partidos progressistas e de esquerda; com os movimentos sociais, com as nossas bancadas federais e estaduais e com a fortaleza democrática do Nordeste formam, agora, sem dúvida, um poderoso bloco político e social para fazer resistência à fascistização do país e reintegrar o Brasil no mundo democrático.

* Deputada federal (PT-RJ)