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Educação: o grande desafio

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Um país, necessariamente, é feito de homens comprometidos em pensar e lutar pelo seu povo, na arena da construção da grandeza humana, por seus direitos e valores. Disse Brecht: “Há homens que lutam um dia e são bons; há outros que lutam um ano e são melhores; há aqueles que lutam muitos anos e são muito bons; porém há os que lutam toda vida. Esses são imprescindíveis” (Bertolt Brecht – 1898-1956 - poeta e dramaturgo alemão). E o Brasil anseia por esses lutadores, sobretudo os educadores por desempenharem papel de extrema relevância na vida do nosso povo: a educação como fonte de riqueza humana que transcende todas as fronteiras e é uma forma de integração dos indivíduos.

Vale lembrar a participação decisiva por mais de dois séculos (1549-1759) dos jesuítas na educação brasileira; que contribuíram ao processo de colonização do Brasil (1530-1815) e cimentaram os primeiros passos da história do nosso país. Como destaque dos jesuítas, os padres José de Anchieta (1534-1597), Manuel da Nóbrega (1517-1570) e Antônio Vieira (1608-1697). Tinham por objetivos difundir o catolicismo e construir escolas católicas.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) é a legislação que regulamenta o sistema educacional do Brasil, da educação básica ao ensino superior. Em seu art. 2°, “Dos Princípios e Fins da Educação Nacional”, fica claro que “a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. É o cidadão resguardado pelo sagrado direito de aprender garantido pela Constituição Federal.

A Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social – ABDS (antiga Pestalozzi de São Paulo), referência de ensino há mais de seis décadas, é um exemplo da inclusão de serviços especializados nas áreas de saúde, educação e capacitação profissional para crianças e jovens com deficiência. É oportuno frisar que, à luz da Lei 11.645/2008, fica claro aos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio, públicos e privados, a obrigatoriedade do estudo da cultura afro-brasileira e indígena. É uma forma de resgatar a história desses povos, como partes inseparáveis na formação da sociedade brasileira. É a educação exercendo seu papel pelo conhecimento e entrelaçando todos. Há uma relação primordial entre a escola e a vida social.

Discorrer sobre a educação é um estímulo para lembrarmo-nos de trajetórias de grandes educadores. Como o admirável Paulo Freire (1921-1997), “Patrono da Educação Brasileira”, autor de mais de 30 livros sobre a educação foi um dos maiores educadores brasileiros, ao lado de Fernando de Azevedo (1894-1974), Anísio Teixeira (1900-1971) e Lourenço Filho (1897-1970). Celebrizados como os três “cardeais” da Educação Brasileira. Estiveram à frente das principais reformas educacionais do país, transformaram e consolidaram o sistema educacional brasileiro em distintos períodos do século 20.

E foi inspirado na Escola Parque (BA), de 1950, de Anízio Teixeira, que Darcy Ribeiro (1922-1997) criou na década de 1980, os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps). E na década de 1990 foi à vez de o Governo Federal criar os Centros de Atendimento Integral à Criança (Caic): todos fundamentados em assistência em tempo integral às crianças. Darcy teve participação direta na criação da Universidade de Brasília (Unb), em 1962, e foi o 1º reitor.

Não há limites para o saber. A educação proporciona a integração dos povos; liberta-os da obscuridade do conhecimento e, consequentemente, abre vasto horizonte para inúmeras conquistas!

* Articulista e poeta