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O impacto da chegada do banco dos Brics ao Brasil

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No último mês de julho, durante a décima reunião de cúpula do Brics, união dos países Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi anunciada a abertura do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco do grupo, aqui no Brasil, mais precisamente na cidade de São Paulo. Com sede em Xangai, o NBD foi fundado há quatro anos e visa estimular o desenvolvimento econômico sustentável e financiar os projetos de infraestrutura dos integrantes do Brics.

A notícia pode ser vista de forma animadora, uma vez que a instituição terá como objetivo incentivar o crescimento da economia brasileira. A expectativa é que a contribuição dos Brics para a economia global aumente para 26,8% em 2022, segundo informação divulgada pelo FMI, Fundo Monetário Internacional.

Mesmo antes da inauguração da instituição por aqui, o NBD realizou, juntamente com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o primeiro desembolso conjunto para uma operação de financiamento aqui no país. O aporte divulgado foi de US$ 67,3 milhões, para contrato de um ano que beneficia projetos de energia renováveis.

Caso consigamos manter uma economia aberta a partir do ano que vem, que permita o fluxo de entrada e saída de serviços, bens, capital etc., a chegada do Novo Banco de Desenvolvimento pode proporcionar um crescimento para o comércio internacional, aumentando o número de importações e exportações.

Em notícia publicada pela Agência Brasil recentemente, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou dados que registram o incremento do comércio com os parceiros dos Brics. No primeiro semestre, de janeiro a junho deste ano, o país exportou US$ 33,1 bilhões para a Rússia, Índia, China e África do Sul. Foi registrado um crescimento de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a venda para esses países totalizou US$ 31,4 bilhões. As importações somaram, em 2018, US$ 18,3 bilhões, o que representa um superávit comercial de US$ 14,8 bilhões.

Por outro lado, se a economia se retrair a partir do ano que vem, o banco, muito provavelmente, não conseguirá atrair investimentos para o Brasil. Acredito que o banco dos Brics teria um papel diplomático também nesse primeiro momento, devido às incertezas do nosso país.

* Especialista em comércio exterior

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