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Não queremos que a política entre em nossos quartéis, diz comandante do Exército Brasileiro

'Não queremos fazer parte da política governamental'

Folhapress / Naian Meneghetti -
O comandante do Exército, general Edson Pujol
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O comandante do Exército Brasileiro, general Edson Leal Pujol, descartou nessa quinta-feira (13) que exista alguma ameaça real ao país e afirmou que tem atuado para impedir que a política partidária entre nos quartéis. As declarações de Pujol foram feitas durante um evento do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa.

"O general Etchegoyen [do Gabinete de Segurança Institucional] me perguntou se haveria algum país em nosso continente que seria uma ameaça ao Brasil. Eu digo. Hoje não, mas não sabemos daqui três ou quatro anos. Por isso fazemos nosso planejamento estratégico", afirmou.

Pujol defendeu o distanciamento do Exército da política partidária.

"Nosso assunto é militar, preparo e emprego. As questões políticas? Não nos metemos em áreas que não nos dizem respeito. Não queremos fazer parte da política governamental ou do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre em nossos quartéis", disse.

O evento ocorreu dois dias depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer, ao abordar as relações entre o Brasil e a possível gestão de Joe Biden nos EUA, que quando "a saliva acaba tem de que ter pólvora".

Pujol defendeu 17 projetos estratégicos do Exército, como o programa Guarani de blindados e o sistema Astro 2020, com foguete e míssil tático de alcance de 300 quilômetros com "uma dispersão de oito metros em relação ao alvo". 

"Temos de dotar o Exército de uma capacidade de defesa antiaérea, que está muito aquém de fazer frente à ameaças. Precisamos de um programa para desenvolver a estrutura de nossa defesa antiaérea", alertou.

Para o general, o Exército Brasileiro necessita aumentar "sua capacidade operacional" e comparou o total de caças como menor do que o de países pequenos da Europa.

"Estamos muito aquém do que o Brasil precisa para que as Forças Armadas cumpram suas missões constitucionais", completou o diagnóstico. (com agência Sputnik Brasil)