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Macron diz que G7 concorda em ajudar combate a queimadas na Amazônia

Francês sinalizou que há consenso sobre o tema ambiental

REUTERS/Piroschka van de Wouw -
Emmanuel Macron
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O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou neste domingo (25) que os líderes do G7 concordaram em ajudar os países afetados por queimadas na Amazônia, entre eles o Brasil. "Há uma convergência real para dizer que todos concordamos em ajudar os países afetados por esses incêndios o mais rápido possível", disse o francês.

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Emmanuel Macron (Foto: REUTERS/Piroschka van de Wouw)

"Respeitando a soberania, nós devemos ter um objetivo de reflorestamento. A importância da Amazônia para esses países e para a comunidade internacional é tão grande em termos de biodiversidade, oxigênio e luta contra as mudanças climáticas que precisamos proceder o reflorestamento", explicou Macron, anfitrião da cúpula do G7.

Macron deu início na quinta-feira passada (22) a uma campanha internacional de apelo pela Amazônia. O político postou uma mensagem no Twitter na qual dizia que "nossa casa" estava em chamas. A mensagem repercutiu em todo o mundo e imediatamente conquistou apoio de outros líderes, como a alemã Angela Merkel. Mas o tuíte desagradou ao governo do Brasil, que viu sinais de uma violação de soberania com o emprego do termo "nossa casa".

Com isso, o presidente Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo atacaram Macron via redes sociais. Em resposta, o Palácio do Eliseu subiu o tom e publicou uma nota acusando o brasileiro de "mentir" sobre seus compromissos ambientais. Agravando ainda mais o clima político entre França e Brasil, Macron ameaçou se opor ao acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (UE), que demorou 20 anos para ser negociado.

Anfitrião da cúpula do G7, que começou ontem (24) e vai até segunda-feira (26), em Biarritz, Macron levou o tema das queimadas para o fórum. De acordo com fontes locais, os chefes de Estado e de Governo da Alemanha, Reino Unido, Itália, Canadá, Japão e Estados Unidos concordam com a necessidade de oferecer ajuda e apoiar as medidas contra as queimadas na região da Amazônia.

No entanto, alguns líderes, como Merkel e o britânico Boris Johnson, incomodaram-se com as ameaças de Macron de não ratificar o acordo com o Mercosul. "Há todo tipo de pessoa que usará qualquer desculpa para interferir no comércio e frustrar os acordos comerciais, e eu não quero ver isso", disse Johnson.

"A não conclusão do acordo do Mercosul não ajudaria a reduzir a destruição das florestas no Brasil", comentou, por sua vez, um porta-voz de Merkel. A Espanha, que não integra o G7, mas está no acordo com o Mercosul via União Europeia, também se pronunciou. "Para a Espanha, o objetivo de luta contra a mudança climática é um objetivo prioritário, mas consideramos que é justamente aplicando as cláusulas ambientais do Acordo com o Mercosul que mais se pode avançar, e não propondo um bloqueio de sua ratificação que isole os países do Mercosul". A tensão entre França e Brasil já tinha começado desde quando Bolsonaro cancelou uma reunião com o chanceler Jean-Yves Le Drian e foi cortar os cabelos. (ANSA)