ASSINE
search button

Em novo recado a Bolsonaro, Doria lamenta 'beligerância' e pede paz e harmonia

Wilson Dias/Agência Brasil -
Governador de São Paulo, João Doria
Compartilhar

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que criticou declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e disse não ter alinhamento político com o presidente, voltou a alfinetá-lo nesta quinta-feira (1º).

"Acho que o Brasil precisa de paz e harmonia. Os desentendimentos, a beligerância, colocações que geram confronto neste momento, principalmente, não fazem bem ao Brasil. Temos projetos importantes para serem aprovados", disse Doria após reunião com deputados estaduais na Assembleia Legislativa.

Macaque in the trees
Governador de São Paulo, João Doria (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

O governador disse ser necessário finalizar a aprovação da reforma da Previdência na Câmara e depois no Senado e também a reforma tributária, que será pautada em seguida no Congresso. 

"Para isso [aprovar as reformas] precisamos de paz, não podemos nos dispersar em desentendimentos e conflitos", concluiu. Doria não mencionou Bolsonaro, mas fazia referência à série recente de frases do presidente que geraram repercussão negativa.

O governador já havia dito que a declaração de Bolsonaro sobre o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, era inaceitável e infeliz. Para atacar o presidente da OAB, Bolsonaro disse que sabia como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar.

O governador paulista, que almeja ser candidato à Presidência da República em 2022, aproveitou a declaração de Bolsonaro, amplamente criticada por setores à esquerda e à direita, para marcar posição e descolar do presidente, a quem apoiou no segundo turno da eleição no ano passado. 

Doria voltou a criticar Bolsonaro ao responder sobre a lei promulgada na quarta (30), que cria o Dia de Oração pelas Autoridades da Nação na terceira segunda-feira de cada mês. A intenção do deputado Reinaldo Alguz (PV), criador da norma, é "que se torne hábito orar, e não criticar, autoridades constituídas no estado de SP e por toda a nação brasileira".

O governador disse ter promulgado a lei porque "mal não há, não traz custo" e por não ter visto intuito censurador na parte que fala sobre "não criticar" as autoridades. Doria disse que a lei tem o sentido de agregar e unir, e traz o bom sentimento da oração, seja qual for a religião. 

"Se há uma coisa que o Brasil precisa neste momento é de oração, paz e entendimento", afirmou.