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Após ser chamado de traidor, Bolsonaro libera contratação de 1.000 policiais

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um dia após ser chamado de traidor e em meio a negociações para suavizar regras de aposentadoria de agentes de segurança, o presidente Jair Bolsonaro autorizou a contratação de 1.000 policiais rodoviários federais.

O decreto com a nomeação dos agentes foi assinado na quarta-feira (3) por Bolsonaro, Sérgio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia). A ordem para as contratações foi publicada na quinta (4) no Diário Oficial da União.

Na terça (2), policiais marcharam em Brasília aos gritos de "acabou o amor, Bolsonaro traidor", enquanto a reforma da Previdência era discutida na comissão especial.

Segundo o Portal da Transparência, a PRF (Polícia Rodoviária Federal), vinculada ao Ministério da Justiça, tem 10.201 servidores. As contratações representam quase 10% do total de funcionários.

Em maio, outro decreto de Bolsonaro autorizou a contratação de 1.047 candidatos aprovados para a PF (Polícia Federal). O órgão tem 12.913 servidores. Nesse caso, as nomeações representam 8,1%.

Ambas as categorias são bases eleitorais de Bolsonaro.

O presidente tentou suavizar a idade mínima para a aposentadoria de policiais e a transição para aqueles que estão perto se aposentar, mas o acordo foi frustrado. Na sexta (5), ele disse que houve equívocos na condução da reforma.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente da ADPF (Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal), Edvandir Paiva, disse que ministros não obedecem Bolsonaro.

Em audiência da Câmara em junho, Guedes afirmou que houve excesso de contratações em governos anteriores, acompanhado de uma forte alta dos salários.

Segundo ele, para proteger as contas públicas, o governo iria desacelerar as nomeações. Em março, o governo impôs regras mais duras para a realização de concursos.

Questionados sobre as contratações e o impacto dos custos no Orçamento, Ministério da Economia, PF e PRF não responderam à reportagem até a conclusão deste texto.