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'Vão procurar sua turma', diz Heleno sobre críticas de europeus a política ambiental de Bolsonaro

Antonio Cruz/Agência Brasil -
General aposentado Augusto Heleno
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OSAKA, JAPÃO (FOLHAPRESS) - Integrante da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para o G20, o ministro Augusto Heleno (GSI) disse que ninguém tem moral para criticar a política ambiental do Brasil. 

"A política de meio ambiente é totalmente injusta ao Brasil. O Brasil é um dos países que mais preserva meio ambiente no mundo. Quem tem moral para falar da preservação de meio ambiente do Brasil?

"Este países que criticam? Vão procurar a sua turma", disse o ministro em Osaka, à véspera do início do encontro que reúne líderes das 20 maiores economias. 

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Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Augusto Heleno (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O ministro disse "não ter nenhuma dúvida" de que existe uma estratégia de outros países em pedir que o Brasil preserve seu ambiente para que eles possam fazer a exploração no futuro. 

"Eu não tenho nenhuma dúvida, eu nunca tive nenhuma dúvida. Estratégia de preservar o meio ambiente do Brasil para mais tarde eles explorarem. Está cheio de ONG por trás deles, ONG sabidamente a serviço de governos estrangeiros. Vocês têm que ler mais um pouco sobre isso, viu? Vocês estão muito mal informados", disse a jornalistas na porta do hotel em que a comitiva de Bolsonaro está hospedada na cidade japonesa. 

O debate ambiental estará presente no encontro do G20, que começa nesta sexta (28).

Líderes europeus, como o presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã, Angela Merkel, questionaram posicionamentos do Brasil. 

Macron disse que poderá não assinar um acordo entre a União Europeia e o Mercosul se o governo Bolsonaro deixar o acordo de Paris, que traz uma série de medidas sobre a condição climática. 

Questionado sobre o acordo, Heleno disse que "isso já foi dito".

"Pode ou não [sair do acordo], se for perguntado. Não está na pauta do G20 isso".

O acordo comercial entre os blocos latino-americano e europeu está em discussão neste momento em Bruxelas, para onde viajou o chanceler brasileiro Ernesto Araújo.

Merkel disse estar muito preocupada com a preservação da Amazônia e que aproveitaria o G20 para "ter uma conversa clara" com Bolsonaro.

Ao chegar ao Japão, Bolsonaro disse que não aceitará advertências de outros países após ser questionado sobre a declaração da chanceler alemã.

"Eles [alemães] têm a aprender muito conosco. O presidente do Brasil que está aqui não é como alguns anteriores que vieram aqui para serem advertidos por outros países. Não, a situação aqui é de respeito para com o Brasil. Não aceitaremos tratamento como no passado de alguns casos de chefes de estado que estiveram aqui", disse, sem exemplificar a quem se referia. 

Heleno diz que a política ambiental não vai mudar, mas que o país tem que buscar uma postura em que "nós possamos aproveitar as nossas riquezas sem prejudicar o meio ambiente, é o famoso desenvolvimento sustentável", disse.

"O que não pode é país dar palpite no Brasil. A gente não dá palpite em ninguém, por que que a gente não dá palpite no meio ambiente da Alemanha? Quais são as florestas que o europeu preservou? Veja que tinha de floresta no início do século e o que tem hoje. Veja o que o Brasil tinha de floresta e tem hoje", disse.

O ministro questionou a existência de ONGs que atuam na área e, questionado se o governo pretende controlá-las, disse que é muito difícil. "É muito difícil. Agora, que tem que limitar a atuação dessas ONGs, tem".