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Prêmio para filme brasileiro em Cannes envia mensagem de esperança, diz diretor

"A Vida Invisível de Eurídice Gusmão" é o primeiro vencedor brasileiro em Cannes

Reuters -
Karim Aïnouz
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A vitória brasileira em Cannes enviou uma mensagem de esperança em um período difícil para a indústria cinematográfica do país, afirmou nesta sexta-feira o diretor Karim Aïnouz, após vencer uma das prestigiadas seções do festival de cinema.

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Karim Aïnouz (Foto: Reuters)

"A Vida Invisível de Eurídice Gusmão", que narra a história de duas irmãs e suas lutas em uma sociedade dominada pelos homens no Brasil do início dos anos 1950, venceu o prêmio Um Certo Olhar, que visa destacar filmes mais incomuns.

O presidente Jair Bolsonaro, que já mencionou travar uma guerra contra o "marxismo cultural", extinguiu o Ministério da Cultura e reduziu repasses ao setor, fazendo com que diversos cineastas temam que se torne mais difícil produzir seus filmes.

"Acho que envia uma mensagem de esperança", disse Aïnouz à Reuters, após a cerimônia no sul da França.

"Acredito que este é um ano brilhante para o cinema brasileiro no festival, e acho, espero, que isso não seja de alguma forma contestado pelo que estamos passando no país", completou.

Além da vitória de Aïnouz, "Bacurau", dos brasileiros Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, está na briga pela Palma de Ouro, principal prêmio do Festival de Cannes.

"A Vida Invisível de Eurídice Gusmão" é centrado em duas amáveis irmãs, cujos sonhos são frustrados por alguns dos homens em suas vidas, e foi inspirado por um livro de Martha Batalha.

A revista norte-americana "Variety" classificou o filme como "um belo melodrama sobre mulheres cuja independência mental permanece inalterada", destacado por "texturas brilhantes, cores saturadas ousadas e sons exuberantes."