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Brasil apoiará candidato chinês ao comando da FAO

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O Ministério da Agricultura venceu a queda de braço com o Itamaraty, e o Brasil vai apoiar o candidato chinês para o comando da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação).
A eleição para a diretoria-geral do órgão –presidido pelo brasileiro José Graziano da Silva, indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva– ocorre em 23 de junho.
A ministra Tereza Cristina (Agricultura) comunicou ao governo chinês o endosso brasileiro ao vice-ministro de Agricultura da China, Qu Dongyu, em uma reunião nesta semana em Guangzhou com o ministro de Administração Geral da Aduana, Ni Yueng.
Questionado pela Folha sobre o fato, o Itamaraty respondeu que "esta também é a posição oficial" do ministério e que "o apoio ao candidato chinês será oficializado em breve".
A China é o mais importante cliente do agronegócio brasileiro. No ano passado, os chineses compraram US$ 35,59 bilhões (R$ 137,56 bilhões) em produtos agrícolas do país, ou 35% do total.
Esta é a primeira vitória do setor agrícola contra o chanceler Ernesto Araújo, que tem adotado uma posição de confronto em relação à China e chegou a afirmar que o Brasil "não venderá a alma para exportar minério de ferro e soja".
Araújo preferia apoiar o candidato da Geórgia, Davit Kirvalidze –apadrinhado pelos EUA de Donald Trump. Mas a visão da área técnica do próprio Itamaraty é que Kirvalidze não tem chance de vitória.
Outra candidata viável é a francesa Catherine Geslain-Lanéelle. A França, porém, é tradicionalmente protecionista no setor agrícola.

RAQUEL LANDIM

Tags:

brasil | china | fao