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Rodrigo Maia questiona sustentabilidade de intervenção nos preços do diesel

Marcelo Camargo/Agência Brasil -
Rodrigo Maia
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, questionou nesta segunda-feira (15) a sustentabilidade da decisão tomada pelo presidente Jair Bolsonaro de impedir a alta de preços do óleo diesel e também a permanência no governo do ministro da Economia, Paulo Guedes, a caso política econômica liberal fosse alterada.

"Bolsonaro vai sustentar um subsídio do óleo diesel? Tem preços internacionais. O presidente Michel [Temer], quando fez subsídio, faltavam seis meses para acabar o governo e custou R$ 10 bilhões. Bolsonaro tem três anos e nove meses. Vai sustentar um subsídio do óleo diesel? Amanhã não é mais do diesel, por que não é do meu carro, do seu carro?", questionou. Maia participou do Fórum Exame de 100 Dias do Governo.

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Rodrigo Maia (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Na quinta-feira (11), Bolsonaro ordenou ao presidente da estatal, Roberto Castello Branco, que revogasse o aumento do combustível horas depois de a medida ser divulgada, ainda na quinta, com temor de nova paralisação dos caminhoneiros. No dia seguinte, a Petrobras perdeu R$ 32,4 bilhões em valor de mercado.
Para Maia, o custo de interferir num mercado cuja referência de preços é internacional pode gerar prejuízos muito maiores do que a simples decisão de não mexer no preço no curto prazo.

Segundo o presidente da Câmara, qualquer solução para o caso não será positiva, pois descontentará um lado, mas que é preciso tomar cuidado com decisões olhando apenas o curto prazo.

"A solução que parece melhor no curto [prazo], não sendo melhor no médio e no longo prazo, todos vão pagar a conta, inclusive os caminhoneiros. As consequências de intervenção de governo liberal numa empresa de capital aberto não terá consequência boa para ninguém", disse.

Na leitura de Maia, Bolsonaro não se converteu ao liberalismo, mas fez uma aliança com os liberais por meio de seu fiador, o ministro da Economia Paulo Guedes.

Assim, disse ele, a política econômica do governo é a liberal. "Se ele vai mudar essa política, passa a ter o risco de um segundo problema: como fica o ministro Paulo Guedes no meio de uma política intervencionista, ele sendo um dos maiores liberais que o Brasil tem?, questionou.