
Com quase dias na Presidência da República, Jair Bolsonaro, do PS, atingiu a pior avaliação após três meses de governo, desde a redemocratização, entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato, de acordo com levantamento do Datafolha, em pesquisa divulgada neste domingo pelo jornal Folha de S. Paulo. O resultado mostra pior avaliação após três meses de governo entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato desde a redemocratização de 1985.
Outras gestões
Ao fim dos primeiros três meses do governo, em 1990, Fernando Collor era reprovado por 19%. Em 1995, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) somava 16% de índices ruim ou péssimo. Já os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff tinham avaliação negativa de 10% e 7%. A comparação com a série histórica não considera os primeiros trimestres de presidentes reeleitos.
Ainda de acordo com a pesquisa, para 61% dos entrevistados, Bolsonaro fez menos do que se esperava na Presidência. Já 13% consideram que ele fez mais, enquanto 22% avaliam que ele fez o que era esperado. Bolsonaro tem índice menor que os primeiros mandatos de Lula e de Dilma, que tiveram o mesmo tipo de mensuração pelo Datafolha. Em 2003, Lula fez menos do que poderia para 45%, e, em 2011, Dilma somou 39% no quesito.
Segundo o instituto, 30% dos brasileiros consideram o atual governo ruim ou péssimo, total semelhante ao dos que consideram ótimo ou bom, 32%; ou regular 33%. Não souberam opinar 4% dos entrevistados.
Apesar disso, segundo o Datafolha, 59% acreditam que Bolsonaro fará uma gestão ótima ou boa. O instituto ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios nos dias 2 e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Avaliação por região
Nas regiões que alavancaram sua candidatura, a maioria dos eleitores já está arrependido do voto. No Sudeste, onde conquistou 65,4% dos votos válidos, o percentual de frustrados chega a 59%, segundo o Datafolha. Na região Sul, onde o presidente alcançou seu maior índice de votação, 68%, apenas 39% classificam seu governo como ótimo ou bom —e 54% dizem que ele fez menos do que o esperado.
No Nordeste, onde Fernando Haddad (PT) teve quase 70% dos votos válidos, 68% dos eleitores dizem que Bolsonaro fez menos do que eles esperavam no primeiro trimestre.
Segundo o instituto, 30% dos brasileiros consideram o governo de Bolsonaro ruim ou péssimo, índice semelhante ao daqueles que consideram ótimo ou bom (32%) ou regular (33%). Não souberam opinar 4% dos entrevistados.
Aprovação menor entre mulheres
Quando considerado o recorte por gênero, a aprovação de Bolsonaro é maior entre os homens, 38% do que entre as mulheres, 28%. Para 26% dos homens, o governo é ruim ou péssimo, enquanto entre as mulheres esse índice chega a 33%.