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Simone Tebet antecipa candidatura no MDB

E disputará com Renan a indicação para a presidência do Senado

Jerferson Rudy/Agência Senado -
Simone Tebet
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Diante do crescimento do candidato do DEM à presidência do Senado, Davi Alcolumbre (AP), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) resolveu antecipar a sua pré-candidatura ao cargo, que se daria apenas no dia 29, em reunião da bancada, caso Renan Calheiros (MDB-AL) não fosse o indicado. Em conversa com jornalistas, ontem, a atual líder da maior bancada na Casa disse que percebeu uma manobra, não do Planalto, mas do DEM, para que Renan fosse considerado o candidato do governo e, assim, Alcolumbre conseguisse levar o maior número de votos, já que é forte a campanha anti-Renan, especialmente entre os novatos.

“Tive uma sinalização de que interessaria para o DEM uma candidatura do Renan porque, mesmo com voto fechado, eles acham que poderiam ganhar do MDB. É algo que está circulando dentro do Senado”, disse a senadora. “Eles estão equivocados e estão prejudicando o governo”, completou.

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Líder da bancada do MDB no Senado, Simone Tebet (MS) pode ganhar o apoio do senador Major Olímpio , do PSL paulista (Foto: Jerferson Rudy/Agência Senado)

O DEM possui apenas 6 senadores, mas o nome de Alcolumbre entusiasma especialmente os novatos, por causa da forte relação do partido com o Executivo, com três ministros ocupando a Esplanada. Simone diz que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), tem atuado na tentativa de emplacar o seu partido no comando do Congresso. “É o DEM [que tenta interferir], não o governo. Porque o governo quer a governabilidade”, ressaltou a senador, ao lembrar que o MDB, com os seus 12 senadores, será decisivo na aprovação de temas de interesse do governo, como a Reforma Previdenciária.

Renan Calheiros não deixou claro se está dentro ou fora da disputa. Ontem, pelas redes sociais, ele disse que “a candidatura da senadora Simone Tebet robustece o processo decisório, e consolidará ainda mais a união da nossa bancada. O fundamental é que cheguemos juntos ao plenário no dia 1 de fevereiro”. Na véspera ele já havia dito, também no Twitter, que não quer ser presidente, mas “a decisão caberá à bancada”.

O Senado tem sido presidido pelo partido com maior número de parlamentares, respeitando o Regimento que diz que a eleição da Mesa deve guardar “tanto quanto possível”, a proporcionalidade. Mas a próxima legislatura está cheia de novidades, entre as quais o grande número de parlamentares novatos e um maior número de partidos, que chega a 21. Outro dado inusitado é o grande número de candidatos, que pode chegar a sete. Caso Simone e Renan permaneçam na disputa, concorrem ainda os senadores Major Olímpio (PSL-SP), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Álvaro Dias (Podemos – PR) e Esperidião Amin (PP-SC), além de Alcolumbre.

Ontem, o Major Olímpio convocou a imprensa para reafirmar que caso a senadora Simone Tebet consiga viabilizar a sua candidatura, ele estará disposto a se retirar da corrida. Antes, porém, ele quer ter assegurado que Renan Calheiros também estará fora.