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Adversários de Maia apostam no 2º turno

Candidatos de oposição a Rodrigo Maia assinam carta compromisso

Valter Campanato/Agência Brasil; Alex Ferreira/Câmara dos Deputados; Agência Brasil/Arquivo -
Fábio Ramalho (à esq) e Capitão Augusto (à dir.) garantem ter votos para levar disputa ao 2ºturno e vencer Rodrigo Maia
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Candidatos que concorrem à presidência da Câmara devem assinar, na próxima semana, uma carta compromisso na qual prometem apoio àquele que chegar ao segundo turno contra Rodrigo Maia (DEM-RJ), que concorre à reeleição. A avaliação do grupo é que, juntos, esses candidatos cheguem a 350 votos, do total de 513, empurrando a disputa para o segundo turno.

“Vamos levar a campanha para o segundo turno, não há dúvida. Chegando um de nós lá, o Maia não leva”, diz o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), atual vice-presidente da Mesa Diretora. Ele garante ter a seu favor mais de 170 votos. Ramalho diz que a quantidade de apoios formais a Maia não intimida o grupo porque não será traduzida em votos. “Esses acordos feitos dentro do gabinete não refletem a vontade do eleitor. É essa que vale quando o voto é secreto”, diz o parlamentar, que ontem fez campanha na Lavagem do Bonfim, a mais tradicional festa popular de Salvador. Ele seguiu o cortejo junto com deputados de diferentes colorações.

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Fábio Ramalho (à esq) e Capitão Augusto (à dir.) garantem ter votos para levar disputa ao 2ºturno e vencer Rodrigo Maia (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil; Alex Ferreira/Câmara dos Deputados; Agência Brasil/Arquivo)

Ramalho, apontado como a principal ameaça a Maia, disse que negociou a assinatura do documento com os candidatos Arthur Lira (PP-AL), Ricardo Barros (PP-PR), João Henrique Caldas (PSB-AL), o JHC, Alceu Moreira (MDB-RS) e até Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Capitão Augusto (PR-SP), que trabalha na redação da carta junto com Ramalho, reuniu-se esta semana com Kim Kataguiri (DEM-SP) e disse também ter conseguido a adesão. Em dezembro já havia sido protocolado documento semelhante, mas sem a assinatura de Kim, Barros, Freixo e Lira. No texto, os candidatos declaram que serão candidatos ao cargo e que “os remanescentes apoiarão, de forma inconteste qualquer dos signatários que chegarem ao segundo turno na disputa”.

Para o Capitão Augusto, que diz contar com mais de 100 votos, vindos especialmente da bancada da bala e da bancada evangélica, “a assinatura do documento demonstra uma oposição clara ao Rodrigo Maia e o compromisso de, realmente, renovar as negociações políticas no Parlamento”. Ele lembrou que quase a metade dos parlamentares são novatos e representam o desejo de mudança. “Estamos trabalhando pessoalmente, independente do partido a que pertence o eleitor, para convencer que Rodrigo Maia não tem compromisso com os anseios de mudança”, diz.

Até agora, já manifestaram apoio ao presidente da Câmara os líderes das siglas PSL, PSD, PR, PRB, PSDB DEM, Solidariedade, Pode, PPS , PROS, PSC e Avante. Os presidentes do PDT, Carlos Lupi e PCdoB, Luciana Barros, também indicaram a preferência por Maia, mas aguardam reunião com as lideranças da oposição na Câmara para decidirem se apoiam outro candidato. O presidente do PSB, Carlos Siqueira já declarou que não ficará ao mesmo lado do PSL. O mesmo disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR). Uma nova reunião da oposição está marcada para a próxima semana. Entre as possibilidades está a formação de um blocão de apoio ou a Ramalho ou a Lira.

José Cruz/Agência Brasil - Rodrigo Maia