
O presidente eleito Jair Bolsonaro discutiu, nesta quarta-feira (19), com todos os seus ministros as primeiras medidas que o seu governo tomará, a 13 dias da posse do capitão do Exército na reserva, que acontecerá em meio a fortes medidas de segurança.
"Em Brasília, onde passaremos o dia com futuros ministros, recebendo informações e estabelecimentos de metas iniciais para que comecemos agindo de forma efetiva no dia primeiro de janeiro de 2019", tuitou Bolsonaro.
"Não há dúvidas que mudaremos a direção que governos anteriores colocaram o Brasil!", acrescentou.
"Está chegando o grande dia: 1º de janeiro quando iniciaremos o nosso governo. Mais do que nunca preciso de vocês ao nosso lado porque a barra vai ser pesada. Ninguém acreditava. Ninguém que estava lá no poder acreditava nessa vitória", disse Bolsonaro em um vídeo ao vivo no Facebook na noite de terça-feira.
A reunião ocorre na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência.
Os ministros chegaram sem falar com a imprensa e não está prevista nenhuma comunicação oficial em sua saída.
Seu gabinete conta com sete ministros militares, oito de perfil considerado técnico e sete políticos. Sua equipe só tem duas mulheres e nenhum negro.
A cerimônia de posse de Bolsonaro contará com fortes medidas de segurança.
São esperadas entre 250.000 e 500.000 pessoas na Esplanada dos Ministérios. Apenas pedestres poderão entrar, e guarda-chuvas, bolsas e carrinhos de bebê serão proibidos.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência divulgou também um folheto com "Procedimentos de segurança" no caso de ataques com um "agente químico, biológico, radiológico ou nuclear", e advertiu que náuseas, enxaquecas, erupções ou dificuldades para respirar podem se ocorrer devido a uma contaminação.
Ainda não foi informado se Bolsonaro vai percorrer a Esplanada em um Rolls Royce conversível, como é a tradição.
Cerca de 10 chefes de Estado e Governo virão assistir à posse, em sua maioria latino-americanos. Os presidentes de Cuba e Venezuela foram deixados de lado.
"Afinal de contas, é uma festa da democracia. Lá não existem eleições e quando existem são suspeitas de fraude", assinalou Bolsonaro na live de terça-feira.
Enquanto isso, a posse poderá contar com a presença do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Antes e depois campanha, Bolsonaro prometeu transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, medida alinhada com Trump, que já provocou sinais de mal-estar com o mundo árabe.
Na live de terça-feira, Bolsonaro não fez referência aos movimentos bancários incomuns detectados na conta de Fabrício Queiroz, ex-motorista de Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidente, deputado estadual pelo Rio de Janeiro e senador federal eleito.
Segundo a imprensa brasileira, Queiroz comparecerá à tarde ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) do Rio de Janeiro para explicar estes movimentos, que totalizaram 1,2 milhão de reais entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Bolsonaro, que fez da luta contra a corrupção uma de suas bandeiras, afirmou que ele deverá "pagar" por qualquer "erro" que seja comprovado nesses movimentos.
Já Flávio disse na terça que cabe ao ex-motorista "dar explicações" e que em seu gabinete "não houve nada de errado".