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Só PR fecha com o novo governo

Marcelo Camargo/Agência Brasil -
Onyx: caixa 2 de bolsonarista é honra
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Após reunir-se com mais de 300 deputados, segundo dados do Gabinete de Transição, o presidente eleito Jair Bolsonaro só conseguiu atrair para a sua base a bancada do PR, que na próxima legislatura será composta por 33 parlamentares na Câmara dos Deputados. Os demais partidos que estiveram com Bolsonaro - PP, MDB, PRB, DEM, PSDB, PSD e PODEMOS – preferiram não se comprometer diretamente, declarando independência, ou seja, votarão com o governo apenas nas propostas que sejam de interesse de cada partido. Os encontros vinham ocorrendo desde o dia 4 de dezembro e havia previsão de continuarem esta semana. Mas, segundo a assessoria de imprensa do presidente eleito, não haverá mais. Entre os potenciais partidos a negociarem a presença na base estariam ainda o PTB, o PSC, por exemplo, que apoiaram Bolsonaro no segundo turno das eleições de outubro.

As conversas com Bolsonaro foram agendadas após a reação das bancadas, tanto na Câmara quanto no Senado, à decisão do governo de transição de montar o seu ministério negociando apenas com as bancadas temáticas. Em resposta, em uma e outra casas, as pautas bombas começaram a pipocar.

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Onyx: respeito aos parlamentares (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

As lideranças partidárias também afirmaram que não adotarão o chamado “fechamento de questão”, ou seja, mesmo que a liderança do partido decida aprovar um projeto encaminhado pelo governo, o parlamentar que discordar da proposta, não será obrigado a votar favoravelmente.

“Queremos que, já ao final de 2019, os parlamentares possam dizer: nunca fomos tão respeitados e tão bem tratados pelo Governo Federal”, disse o ministro da Transição Onyx Lorenzoni, na última sexta-feira, ao fazer o balanço dos encontros. Mesmo que os deputados de todas as bancadas que estiveram com o futuro presidente (incluindo o PSL, seu partido) votassem com o governo, somariam 289, número superior ao necessário para aprovar matérias que exigem metade mais um de votação, cuja soma é de 257 deputados. No entanto, este total não daria para aprovar matérias mais complexas, como é o caso de Propostas de Emenda à Constituição que exigem três quintos de votos favoráveis. Enquanto aguardam para ver como serão feitas as negociações no segundo escalão, os partidos de centro-direita acompanham o desenrolar das investigações envolvendo o ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Na Câmara e no Senado já há mobilização para a abertura de uma CPI para investigar o caso tão logo seja inaugurada a nova legislatura.