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Bolsonaro quer aproveitar texto de Temer e começar a mudar a Previdência pela idade mínima

José Cruz/Agência Brasil -
Jair Bolsonaro falou de seus planos para a reforma da Previdência ao receber Medalha do Pacificador com Palma no QG do Exército
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O presidente eleito Jair Bolsonaro disse ontem que pretende iniciar a votação a reforma previdenciária nos primeiros seis meses de governo. Ele reafirmou que a ideia é fatiar a votação, começando pela definição da idade mínima. Bolsonaro afirmou que conseguiu convencer a sua equipe econômica das dificuldades políticas que encontrariam para votar de uma vez. “Eles têm conhecimento de economia. Eu tenho de política. Não adianta apresentar um bom projeto e ele ficar na Câmara ou no Senado. É o pior dos quadros. O grande problema nosso e que mais interessa é a idade mínima”, explicou aos jornalistas, após cerimônia na qual recebeu a Medalha do Pacificador com Palma, no Quartel General do Exército.

Segundo Bolsonaro, parte do texto encaminhado pelo presidente Michel Temer poderá ser aproveitada, evitando-se, assim, que uma nova proposta percorra todas as etapas necessárias para a aprovação de uma Emenda Constitucional. “Será possível votar a proposta que está aí sem todo o tramite de várias sessões até chegar ao plenário. Conversando com o relator, pode-se mover apenas a idade mínima e votá-la logo, sem esperar por todo o trâmite de uma nova proposta via emenda constitucional”.

A reforma foi um dos assuntos discutidos com os parlamentares das bancadas do PR e do PSDB na Câmara dos Deputados que estiveram com Jair Bolsonaro no Gabinete de Transição. o presidente eleito ouviu dos líderes dos dois partidos que seu governo terá o apoio de suas bancadas para a aprovação da reforma da Previdência.

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Jair Bolsonaro falou de seus planos para a reforma da Previdência ao receber Medalha do Pacificador com Palma no QG do Exército (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O líder do PR, deputado José Rocha (BA) aproveitou para oficializar que o partido integrará a base de apoio ao próximo governo. “Nos colocamos inteiramente à disposição, para que possamos dar esse apoio para que essas medidas sejam implementadas. Todos os deputados foram unânimes em confirmar esse apoio, oficialmente, na base do governo”, declarou o parlamentar.

Rocha salientou, no entanto, que o novo modelo de negociação inaugurado por Bolsonaro não prevê fechamento de questão, ou seja, os parlamentares que não concordarem com algumas propostas do governo não serão obrigados a votar de acordo com a orientação do partido. Já o líder do PSDB, Nilson Leitão (MT), frisou que a bancada estará com Bolsonaro em temas pontuais que sejam de interesse dos tucanos, como é o caso das reformas previdenciária e tributária. “O governo Bolsonaro vai ter apoio para tudo aquilo que também é a agenda tucana, todas as reformas, a agenda que nos une”, afirmou Leitão.

Está com o tucano Luiz Carlos Hauly (PR) a relatoria da reforma tributária, cujo texto o presidente eleito pretende aproveitar em sua gestão, embora tenha dito ontem que a decisão caberá ao futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Ao ser perguntado por repórteres como vê o texto atual ele respondeu: “esta é uma boa pergunta para fazer ao Paulo Guedes, nosso posto Ipiranga. Porque é bastante complexo. Para entender o emaranhado da nossa legislação é preciso ser PhD em Economia”. O líder tucano disse ainda que o apoio às propostas específicas não significará apoio do partido ao governo