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Governo Bolsonaro: agora, são sete militares

Com o almirante Bento Albuquerque Júnior, oficiais ocuparão 1/3 do ministério de Bolsonaro

Ministério da Defesa -
O almirante Bento Albuquerque Júnior será o titular do Ministério de Minas e Energia
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A Marinha do Brasil conquistou uma vaga no futuro governo Bolsonaro, com a indicação do almirante-de-esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior para o Ministério de Minas e Energia. O oficial é o sétimo militar escolhido para equipe ministerial do presidente eleito. Até agora, 20 ministros foram anunciados. Serão no máximo 22. Os militares, portanto, vão representar 1/3 do primeiro escalão, a partir de 1º de janeiro do ano que vem.

O almirante Bento Albuquerque Júnior, diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, é o único nome daquela Força. O Exército está representado por três generais: Augusto Heleno, que será ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Fernando Azevedo e Silva, titular da Defesa; e Carlos Alberto Santos Cruz ocupará a Secretaria de Governo, também com status de ministro. Além dos três generais, dois ex-capitães vão integrar o governo. E deve-se incluir na conta do Exército o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, que exercerá atividades executivas.

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O almirante Bento Albuquerque Júnior será o titular do Ministério de Minas e Energia (Foto: Ministério da Defesa)

Para o Ministério da Infraestrutura, foi confirmado Tarcísio Gomes de Freitas. Capitão da reserva, ele é formado em engenharia civil pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e atuou como engenheiro da Companhia de Engenharia Brasileira na Missão de Paz no Haiti. O outro nome do Exército é o atual ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, que também foi capitão, e permanecerá no cargo no futuro governo.

A Aeronáutica será representada pelo tenente-coronel Marcos Pontes, indicado para o Ministério de Ciência e Tecnologia. Oficial da reserva, ele ficou conhecido em todo o país por ter sido o primeiro astronauta brasileiro, enviado para o espaço, em 2006, em uma parceria de nosso governo com a Nasa, a agência espacial norte-americana.

O presidente eleito Jair Bolsonaro havia prometido para o fim de novembro a escalação completa de sua equipe, mas ainda não foram definidos os nomes para as pastas do Meio Ambiente, Trabalho e Direitos Humanos. Ele também havia dito que o Executivo teria no máximo 20 ministérios, após ter prometido 15 durante a campanha, mas já admitiu que poderão chegar, agora, a 22 (são 29 ministérios na gestão Temer).

As três vagas que ainda faltam preencher abordam os temas mais controversos da plataforma de Bolsonaro. No Meio Ambiente, o presidente eleito procura alguém que corresponda às exigências da bancada ruralista, podendo assim contemplar o que o presidente chamou de uma “política ambiental de verdade”. Bolsonaro tem dito que a pasta necessita de um nome que concilie as políticas de meio ambiente e o desenvolvimento econômico do país.

“Hoje a economia está dando certo na questão do agronegócio e eles estão sufocados por questões ambientais que não colaboram em nada para o desenvolvimento e a preservação do meio ambiente”, disse Bolsonaro na última quarta-feira, ao explicar a demora na escolha do responsável pela pasta, que ameaçou extinguir durante a campanha. “É por isso também a demora para a escolha de um bom nome, que faça uma política de verdade voltada para o meio ambiente e voltada para os interesses nacionais”.

Para os Direitos Humanos, procura-se um ministro que agrade às bancadas da Bíblia e da bala, ou seja, que seja contrário a temas LGBT, contrário ao aborto e que não defenda os direitos dos presidiários. O senador e pastor Magno Malta seria o nome, mas não agrada aos militares. Já no caso do Trabalho, ainda não há a certeza de que permanecerá com status de ministério. (Com Agência Brasil)