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Bolsonaro escolhe para a Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas, ex-capitão e engenheiro militar

Wilson Dias/Agência Brasil -
O futuro ministro Tarcísio Gomes de Freitas assiste ao anúncio de seu nome por Jair Bolsonaro. Ao centro, o senador eleito Flávio Bolsonaro
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A cada novo quadradinho, um militar ocupa espaço no organograma do governo Jair Bolsonaro. Com o anúncio, ontem, do capitão da reserva Tarcísio Gomes de Freitas para o ministério da Infraestrutura, serão cinco os ministros militares, dos 16 já anunciados, sem contar o vice-presidente, general Hamilton Mourão, os três comandantes das Forças e o próprio presidente, que é capitão reformado.

Além de ser militar, o fato de ter servido na missão de Paz da ONU no Haiti também parece ser um requisito para compor a equipe de Bolsonaro. Freitas foi chefe da seção técnica da Companhia de Engenharia do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti. Além dele, serviram na missão da ONU o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o futuro comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, indicado na segunda-feira para a Secretaria de Governo.

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O futuro ministro Tarcísio Gomes de Freitas assiste ao anúncio de seu nome por Jair Bolsonaro. Ao centro, o senador eleito Flávio Bolsonaro (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Ao comentar a indicação, Bolsonaro não descartou o anúncio de novos generais na Esplanada. “É possível [que haja mais militares]. Quando o PT escalava terrorista ninguém falava nada”, disse ontem o presidente eleito, ao responder a jornalista sobre a quantidade de militares em seu ministério. Ainda ontem circulou a informação de que o general Maynard Marques de Santa Rosa ficaria responsável pela Secretaria Especial do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), e o general Floriano Peixoto Vieira Neto cuidaria dos contratos de publicidade do governo. Bolsonaro não confirmou, mas também não negou. “Pode ser os dois sim”, disse ele, acrescentando que não teve tempo para conversar com eles. Acrescentou que não está definido na órbita de que pasta ficarão a SPPI e a Secretaria de Comunicação, hoje ligadas à Secretaria Geral. “Haverá os quadradinhos ligados à Presidência. Ainda estamos decidindo”.

Bolsonaro também falou de uma “articulação compartilhada” nas relações institucionais com o Congresso. Na segunda-feira, causou surpresa a indicação do general Santos Cruz para a secretaria de Governo, tradicionalmente responsável pela interlocução. “A articulação com o Congresso será compartilhada. Onyx será o comandante nessa área e Santos Cruz também vai ter essa responsabilidade”, disse, acrescentando que o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está montando uma equipe de ex-parlamentares que também cuidarão do diálogo com os parlamentares. “O Santos Cruz é uma pessoa que fala mais de um idioma. Tem uma vivência de fora do Brasil muito grande. É um combatente também. É uma pessoa que vai surpreender no trato com parlamentares”.

O presidente prometeu para no máximo a próxima semana, a formatação completa de seu ministério. Ele confirmou que o número de ministérios poderá chegar a 20, ao contrário dos 15 prometidos durante a campanha eleitoral. “A gente vai vendo que pela governabilidade não se pode sobrecarregar demais uma pessoa no ministério”, justificou.

É o caso do ministério da Infraestrutura, previsto inicialmente para ser mais um superministério, que englobaria Transporte, Minas e Energia e Comunicações. Freitas cuidará apenas dos temas ligados a transportes terrestres, ferrovias, portos, aeroportos e aviação civil. Bolsonaro citou ainda o a Advocacia Geral da União e a fusão de outros ministérios como exemplos de áreas que não permitiram a redução maior. “Nós nos perdemos um pouquinho. Queríamos 15 ministérios, mas por questão de funcionalidade, tivemos que manter o status de ministério de alguns”.