Ontem foi um dia repleto de nomeações para o futuro governo Jair Bolsonaro. No fim da tarde, o gabinete de transição oficializou o nome dos futuros comandantes das Forças Armadas. O Comando do Exército, hoje chefiado pelo general Eduardo Villas Bôas, ficará, a partir de 2019, sob a responsabilidade do general Edson Pujol, que já comandou a Força de Paz na Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, e foi secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República no governo Dilma Rousseff.
A Marinha ficará com o almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior, que atualmente é chefe de Estado Maior da Armada. Já a Força Aérea será comandada pelo Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez.
“Os nomes preenchem todos os requisitos, todos têm um currículo de excelentes serviços prestados à nossa Marinha, ao Exército e à nossa Força Aérea. Conto com eles e tenho certeza de que o futuro comandante maior das nossas Forças Armadas conta com eles”, disse o futuro ministro da Defesa, Fernando de Azevedo e Silva, ao anunciar os novos nomes.
As nomeações foram parte da intensa agenda do presidente eleito Jair Bolsonaro, na qual ele também sacramentou o nome de Gustavo Bebianno à frente da Secretaria Geral da Presidência da República.
O advogado, amigo de Bolsonaro, adiantou que sua principal atribuição será “o trabalho de modernização do Estado, desburocratização e ter, pela primeira vez, o governo olhando para a sua atividade fim que é servir a população”.
O futuro ministro deu sinais de que pretende trazer para Brasília, possivelmente para a Secretaria de Comunicação da Presidência – hoje vinculada à Secretaria Geral – o filho do presidente eleito, Carlos Bolsonaro, que atualmente é vereador no Rio de Janeiro. “Alguns nomes estão sendo estudados o filho do presidente, Carlos Bolsonaro, é uma pessoa que sempre esteve à frente da comunicação. Ele desenvolveu um trabalho brilhante e, talvez, sem ele a campanha não tivesse se desenvolvido tão bem”, comentou a jornalistas.
Ele, porém, lembrou que embora o nome de Carlos esteja “sendo pensado”, existem as questões familiares que podem impedir a nomeação. “Mas Carlos é uma pessoa muito importante para a equipe e para o presidente. Certamente estará perto de nós”. Carlos, por sua vez, negou que contribuirá para a escolha do responsável pela comunicação do futuro governo. Pelo Twitter, ele desmentiu declaração dada por Bebianno: “nada disso será tratado comigo”.
Além da Secom, Bebianno confirmou que o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) permanecerão sob seu guarda-chuva.
Bolsonaro bateu o martelo sobre Bebianno durante a primeira reunião que teve com todos os futuros ministros. Ao fazer o balanço das atividades, o ministro Extraordinário da Transição, Onyx Lorenzoni, comunicou que a reunião se repetirá a cada quarta-feira até o fim do ano.
Segundo Lorenzoni, o objetivo das reuniões será “construir e apresentar as propostas entre as diversas pastas para construir paulatinamente o futuro governo”. Ele prometeu para meados de dezembro a formatação do ministério.