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Equipe de transição tem primeira baixa

Marqueteiro sofreu críticas de Carlos, filho do presidente eleito

Reprodução das redes sociais -
Filho de Jair Bolsonaro usou as redes para atacar integrante da equipe de transição
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Um dos 27 integrantes da equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o empresário Marcos Aurélio Carvalho foi exonerado. Responsável pela campanha digital de Bolsonaro, Carvalho afirmou, em entrevista ao Globo na última terça, que não ocuparia um cargo no governo, mas gostaria de atuar como um assessor informal para o presidente eleito. Essa é a primeira baixa no grupo coordenado pelo deputado federal reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

Carlos Bolsonaro, filho de Jair e vereador no Rio, reagiu às declarações de Carvalho ao jornal. Ele usou seu perfil no Twitter para compartilhar a reportagem e atacar o empresário: “Marqueteiro digital? Tem uma galera que não se cansa de querer aparecer e usando títulos que não refletem em uma linha de verdade! Todo mundo querendo se dar bem de algum jeito”.

Em nota, um dos assessores de Jair Bolsonaro confirmou o desligamento do marqueteiro: “Auto intitulado conselheiro e marqueteiro digital de Bolsonaro, função que nunca ocupou, Marcos Aurélio Tavares foi exonerado do gabinete de transição de Bolsonaro no dia seguinte à sua nomeação”, diz o texto, que chama Carvalho de Tavares.

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Filho de Jair Bolsonaro usou as redes para atacar integrante da equipe de transição (Foto: Reprodução das redes sociais)

Carlos nega que a campanha tivesse uma equipe de marketing, mas a empresa AM4 de Marcos Aurélio recebeu R$ 650 mil para serviços de internet e produção de programas de televisão. O empresário entrou em contato com Bolsonaro e o presidente do PSL, Gustavo Bebbiano, em janeiro deste ano. Ainda em entrevista ao jornal, Carvalho disse que iria cuidar da comunicação da equipe de transição.

“Vou auxiliar na melhor comunicação desse processo de transição”, resumiu ao Globo. “É um processo natural. A gente ficou imerso na casa do Paulo Marinho convivendo com uma equipe reduzida, convivendo com os cabeças do partido. Para mim, foi difícil o dia seguinte. Você está naquela adrenalina, como você volta para o cotidiano normal do seu escritório?”.

A AM4 foi contratada pelo então candidato Jair durante a campanha eleitoral e, posteriormente, passou a ser investigada pela Polícia Federal e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por supostas irregularidades no envio massivo de mensagens de WhatsApp para eleitores. Reportagem publicada pelo jornal ‘Folha de S. Paulo’ revelou que empresários teriam comprado pacotes de disparo de mensagens pelo aplicativo com conteúdo que favorecia Bolsonaro.

Carlos Bolsonaro administra o perfil pessoal da família. Assessores da campanha chegaram a pedir para a imprensa não usar a palavra marqueteiro para não provocar o filho do presidente eleito. Ele geriu as páginas pessoais do pai nos últimos anos, quando Jair Bolsonaro ganhou projeção nas redes sociais. Atualmente, o capitão da reserva tem 8,7 milhões de curtidas no Facebook, 2,35 milhões de seguidores no Twitter e 2,2 milhões de inscritos em seu canal no Youtube.

Apesar das críticas de Carlos, Carvalho afirmou, em nota, que seguirá colaborando com a equipe de Bolsonaro como voluntário: “Em função de notícias publicadas na imprensa envolvendo o meu nome, esclareço que minha participação na equipe de transição do governo federal se dará de forma voluntária. No dia de hoje, formalizei pedido para abrir mão de receber qualquer remuneração”.