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Universidade Mackenzie suspende aluno por vídeo racista

Aluno do 5.º ano de Direito publicou vídeos dizendo que mataria "vagabundos com camiseta vermelha" e "negraiada"

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A reitoria da Universidade Mackenzie suspendeu o aluno do 5.º ano de Direito que publicou vídeos nas redes sociais com uma arma na mão, dizendo que mataria "vagabundos com camiseta vermelha" e a "negraiada". Ele também foi dispensado pelo escritório de advocacia onde fazia estágio havia quatro meses.

O autor dos vídeos foi identificado como Pedro Baleotti pelos colegas. "Queremos impedir que ele se forme. Só falta mais um mês para isso. O nosso medo é que ele se torne um jurista um dia", diz a presidente do Diretório Central Estudantil (DCE) do Mackenzie, Gabriella Cardoso. Nesta terça-feira, 30, dois protestos foram feitos na universidade para pedir a expulsão do aluno. Gabriella também é estudante de Direito e tem amigos em comum com Baleotti.

Em nota, o reitor do Mackenzie, Benedito G. Aguiar Neto, disse que o vídeo incita a violência, tem ameaças e manifestações racistas, e que "tais opiniões e atitudes são veementemente repudiadas" pela instituição. Em um dos vídeos, o estudante está com uma arma sem munição e puxa o gatilho. No outro, ele veste uma camiseta com o rosto do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e diz que está "louco para ver um vadio, vagabundo de camiseta vermelha e já matar logo". Baleotti está suspenso e a universidade instaurou sindicância para a apurar o caso.

'Nova era'

A Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) montou uma comissão para analisar uma foto publicada na segunda-feira, 29, por alunos nas redes sociais. Nela, três estudantes portavam armas e vestiam roupas militares ou com referência a Donald Trump. Dois cartazes diziam: "Está com medo, petista safada? A nova era está chegando". "A FEA tem uma tradição pacífica, essa agressividade nos surpreende", disse o diretor da unidade, Fabio Frezatti. Segundo ele, os alunos, que cursam Administração, já foram identificados e podem ser expulsos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.