A expectativa de uma nova ditadura no país, hoje, é compartilhada por metade da população brasileira. É o que mostra pesquisa realizada pelo Datafolha nos últimos dias 17 e 18. Segundo o Datafolha, 50% dos entrevistados responderam que acreditam na chance de uma ditadura no Brasil, contra 42% que negam a hipótese. Em 2014, o índice de pessoas que acreditavam na instauração de uma ditadura no país era de 39%, e 51% não achavam que isso seria possível.
Segundo o levantamento do Datafolha, as mulheres (55%) e os jovens (59%), além dos mais pobres (57%) e da população com menos escolaridade (55%), são as que mais enxergam o risco de ditadura.
Entre os eleitores de Jair Bolsonaro, 65% não acreditam em nova ditadura. Com Fernando Haddad é o contrário: a grande maioria (75%) diz que existe essa chance.
O Datafolha também perguntou se “a ditadura militar que governou o país de 1964 a 1985 deixou mais realizações positivas do que realizações negativas para o Brasil ou deixou mais realizações negativas do que realizações positivas para o Brasil?”. Cinquenta e um por cento das pessoas ouvidas pelo instituto disseram que as realizações foram negativas. Em 2014, eram 46%. Para outros 32%, no entanto, a ditadura que sucedeu o golpe militar de 1964 foi positiva. Há 4 anos, 22% achavam a mesma coisa.
Na separação por regiões, o maior percentual de eleitores que acredita que a ditadura deixou mais realizações positivas do que negativas está no Sul. O maior percentual dos que apontam mais realizações negativas da ditadura estám no Nordeste.
Ainda segundo o Datafolha, 80% discordam da tortura a suspeitos para tentar obter confissões ou informações, e 16%, concordam.
A pesquisa ouviu 9.137 eleitores em 341 municípios e a mergem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.