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Réus do mensalão sabem que julgamento é político

Se condenados, continuarão lutando por seus direitos

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Os réus do mensalão estão conscientes de que o julgamento da AP 470 é político e vão cumprir o que for decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, vão continuar lutando, como sempre lutaram, em defesa de seus direitos com a mesma disposição e fúria com que sempre lutaram pela democracia brasileira.

O ministro Celso de Melo, último a votar na próxima quarta-feira (18/9), deixou no ar o que poderá decidir . Ele afirmou que já se manifestou por duas vezes sobre esse assunto e que a Lei 8.038/1990 não prevê os embargos infringentes e que, portanto, segundo ele, deve prevalecer o regimento interno do Supremo Tribunal Federal (STF).

PT não está preocupado com julgamento

Dirigentes do PT declararam ao Jornal do Brasil  que em nenhum momento o partido manifestou preocupação com o resultado do julgamento do mensalão. Até porque tem a certeza de que a declaração do ex-ministro José Dirceu traduz a verdadeira razão do julgamento, com uma elite revoltada com a ascensão de um povo sofrido, graças as ações do ex-presidente Lula e da presidente Dilma. Essas são as verdadeiras causas da revolta dessa elite.

Em seu blog, José Dirceu rebateu a manchete do jornal O Globo de quarta-feira (11/9) afirmando que Dirceu teriadesafiado o Supremo Tribunal Federal numa entrevista à TV da Fundação Perseu Abramo. Leia abaixo a declaração de Dirceu sobre a matéria.

Escrevo em repúdio à manchete de hoje do jornal O Globo, que me acusa de desafiar o STF. A conclusão exposta pelo jornal em sua primeira página se baseia em entrevista que concedi à TV da Fundação Perseu Abramo. Qualquer um que tenha assistido à entrevista, ainda disponível na internet, sabe que em nenhum momento desafiei o Supremo. A interpretação adotada pelo Globo e sua opção por alçá-la à manchete traem a intenção de interferir no andamento da ação penal 470.

O que fiz na entrevista foi apenas reafirmar meu direito à revisão criminal, procedimento garantido pela Constituição e pelas leis penais. E também meu direito de recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos, de cuja convenção o Brasil é signatário por aprovação do Congresso Nacional, estando submetido a ela não apenas nosso governo, mas também o poder Judiciário.

As Organizações Globo não têm legitimidade para me acusar de afronta à Justiça. Elas, sim, têm em sua história passagem notável de afronta ao STF, ao apoiar o golpe militar, a ditadura e o AI-5, que usurpou os poderes constitucionais do Supremo, eliminou as garantias individuais, o habeas corpus, a liberdade de expressão e organização. Eu estava do outro lado da trincheira, defendendo a democracia.