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Comitê Olímpico dos EUA pede desculpas por mentira de nadadores no Rio

James Feigen e Ryan Lochte foram indiciados por falsa comunicação de crime

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O Comitê Olímpico dos Estados Unidos (Usoc, na sigla em inglês) pediu desculpas ao Rio de Janeiro e aos brasileiros pela situação criada por nadadores norte-americanos, que comunicaram à polícia do Rio de Janeiro um falso assalto à mão armada no último fim de semana. De acordo com a entidade, Gunnar Bentz e Jack Conger, que foram retirados do avião que os levaria para casa, prestaram depoimento nesta quinta-feira (18) e tiveram seus passaportes devolvidos.

“O comportamento desses atletas não é aceitável, nem representa os valores do Time EUA ou a conduta da vasta maioria de seus membros. Iremos rever a questão e quaisquer consequências em potencial para os atletas quando retornarmos aos Estados Unidos. Em nome do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, nos desculpamos com nossos anfitriões no Rio e com as pessoas do Brasil por esta provação de desordem no meio do que deveria ser uma celebração de excelência”, disse a entidade em nota.

O atleta norte-americano da natação, James Feigen, teve que pagar R$ 35 mil a uma instituição assistencial para poder deixar o Brasil, informou nesta sexta-feira (19) a Polícia Civil. Feigen e seu colega Ryan Lochte foram indiciados por falsa comunicação de crime depois que fizeram o registro de ocorrência de um roubo que não ocorreu.

>> Nadador James Feigen paga R$ 35 mil e volta aos Estados Unidos

O suposto assalto a mão armada, quando noticiado, gerou grande repercussão na imprensa mundial, e foi capa dos jornais Daily News New York Post. Christine Brennan, colunista do USA Today, chegou a dizer que o caso era "uma imagem terrível e assustadora" que "muda o tom destes Jogos de uma hora para outra". O Comitê Rio 2016, por meio do diretor executivo de Comunicações, Mário Andrada, chegou a pedir desculpas ao nadador Ryan Lochte, que contou diferentes versões do ocorrido à polícia e à imprensa. 

Nesta quinta, depois que a polícia brasileira confirmou a falsidade do registro de assalto a mão armada, os principais jornais dos Estados Unidos destacaram o caso dos quatro nadadores. O Daily News ressaltou o depoimento da Polícia Civil, de que a única verdade em toda a história contada pelos atletas é que todos eles estavam bêbados.

A versão inicial do assalto foi dada pelo atleta Ryan Lotch. Ele contou que ele e os colegas Gunnar Bentz, Jack Conger e James Feigen saíam de uma festa na Lagoa, Zona Sul, quando foram abordados em uma falsa blitz e assaltados por homens armados. Nesta quinta, Conger, Bentz e Feigen prestaram depoimento. Um deles -- cujo nome não foi divulgado pela polícia -- desmentiu a versão do colega, que voltou para os Estados Unidos na segunda-feira (15). 

O ministro-chefe da Casa Civil do governo interino brasileiro, Eliseu Padilha, destacou nesta quinta-feira (18) que os nadadores foram indiciados e vão responder por ação penal no Brasil. “A Polícia Federal e o Ministério da Justiça esclareceram o episódio.”

>> Padilha afirma que nadadores americanos responderão a ação penal no Brasil

>> Jornais americanos destacam caso de nadadores que mentiram sobre assalto

A Polícia brasileira informou que imagens e testemunhas revelaram que os nadadores chegaram de táxi em um posto de gasolina na Barra da Tijuca e quebraram alguns objetos do banheiro do local. Os funcionários do posto chamaram a polícia e não permitiram a saída dos quatro. Não houve confronto físico no local, mas um dos seguranças do estabelecimento chegou a apontar uma arma para evitar que os nadadores se retirassem. De acordo com testemunhas, Lotch estava exaltado, agressivo e embriagado. Após pagar R$ 100 reais e US$ 20 pelos danos, eles foram liberados pelos seguranças do posto.

“As medidas necessárias para o esclarecimento não foram concluídas para sabermos qual foi o crime, pois ainda estamos ouvindo testemunhas e essas conclusões são preliminares”, esclareceu o chefe da Polícia Civil do Rio, Fernando Veloso, nesta quinta.