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'NYT': Atletas não devem nadar no esgoto

Artigo pede que provas aquáticas das Olimpíadas sejam transferidas para outro país ou canceladas

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Uma artigo publicado na última quinta-feira, 5, no The New York Times, escrito pela ex-nadadora de longa distância Lynne Cox, o texto, intitulado “Atletas não devem nadar no esgoto”, pede que providências sejam tomadas para proteger a saúde dos atletas que participarão do evento e cita análises anteriores que comprovaram a presença de bactérias nocivas à saúde.

“Fernando Rosado Spilki, virologista e especialista em qualidade da água da Universidade Feevale, foi requisitado pela Associated Press para testar a qualidade da água nos locais onde serão realizadas as provas aquáticas. Ele detectou uma quantidade de vírus 1,7 milhão de vezes mais alta do que o considerado insalubre nas praias da Califórnia. Spilki concluiu que ‘é muito provável que uma pessoa que nade nessas águas seja infectada’”.

A autora afirma que Kristina Mena, da Escola de Saúde Pública da Universidade do Texas, testou os resultados de Spilki e concluiu que basta ingerir três colheres de chá da água da Baía de Guanabara para que atleta tenha 99% de chances de ser infectado.

Usando a própria experiência, ela alerta para o risco que a ingestão de água contaminada pode causar. Ela relembra quando teve disenteria durante o treino em uma competição no Rio Nilo, mas decidiu seguir na competição. “Eu me esforcei para terminar a prova […] mas após 24 km eu quase desmaiei. Na sala de emergência me falaram que eu estava extremamente desidratada e que poderia ter morrido”.

Cox afirma estar preocupada porque os atletas que disputarão provas aquáticas vão ingerir água da Baía de Guanabara e da praia de Copacabana. Ela lembra que no ano passado uma equipe de remo americana que esteve o Rio adoeceu, tendo diarreia e vômito após ter contato acidental com a água.

Ela diz que em 2009, quando o Rio foi eleito sede dos Jogos, a cidade se comprometeu a limpar a Baía de Guanabara. No entanto, o secretário de meio ambiente do Rio, André Corrêa, já descartou a meta de despoluir 80% da Baía de Guanabara. Agora, os esforços estão concentrados em recolher o lixo na superfície, medida ineficaz contra os vírus e bactérias danosos presentes na água.

Ao final do artigo, Cox exige que o Comitê Olímpico (COI) Internacional tome providências para garantir a proteção dos atletas e sugere que as provas aquáticas sejam transferidas para outra cidade, país ou até mesmo canceladas.

“É responsabilidade do comitê garantir a qualidade de água. As provas aquáticas devem ser transferidas para áreas com águas seguras para a saúde e limpas. E se não for encontrado no Brasil, elas devem ser transferidas para outro país. […] Como nunca ocorreu uma Olimpíada binacional, o comitê poderá cancelar elas, essa opção pode ser a única solução”.

Para ler matéria original, clique aqui:

> > > The New York Times