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Ataque em celebração judaica deixa 12 mortos em praia na Austrália
Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 14/12/2025 às 12:44
Alterado em 14/12/2025 às 12:44
Praia de Bondi é um dos cartões-postais da Austrália Foto: Ansa/AFP
Pelo menos 12 pessoas morreram e 29 ficaram feridas neste domingo (14) em um ataque a tiros classificado como um "incidente terrorista" na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália.
O ataque aconteceu durante uma celebração do feriado judaico de Hanukkah, que reunia cerca de 2 mil pessoas no evento conhecido como "Hanukkah à Beira-Mar".
Segundo a polícia de Nova Gales do Sul, o número exato de atiradores ainda não foi confirmado.
As informações iniciais são consideradas preliminares e, de acordo com as autoridades, os depoimentos das testemunhas permanecem confusos.
Entre os 29 feridos levados a hospitais da região estão dois policiais.
O comissário de Polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, afirmou em coletiva de imprensa que o estado de saúde das vítimas é grave, embora as circunstâncias variem de caso a caso.
Ele acrescentou que, até o momento, não há indícios de crianças entre os mortos, mas confirmou que uma criança foi hospitalizada. "Não quero divulgar informações que possam se provar incorretas. Ainda é muito cedo", declarou.
A polícia informou que entre os mortos há um homem que se acredita ser um dos atacantes. Um segundo suspeito encontra-se em estado crítico. Relatos iniciais indicavam a morte de dois atiradores, mas a polícia investiga agora a possibilidade de um terceiro envolvido.
O comissário Lanyon afirmou ter autorizado poderes especiais para garantir que, caso exista outro suspeito, ele seja localizado e impedido de agir. Um alto funcionário da polícia identificou um dos homens armados como Naveed Akram, morador de Bonnyrigg, no sudoeste de Sydney.
O rabino Eli Schlanger, líder religioso em Sydney, foi identificado como um dos mortos, segundo o jornal Times of Israel.
Testemunhas relataram que dois homens vestidos de preto saíram de um veículo na Campbell Parade, próximo ao Bondi Pavilion, por volta das 18h40 (horário local), e abriram fogo contra a multidão.
De acordo com a imprensa australiana, os suspeitos portavam fuzis semiautomáticos. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram cápsulas de balas espalhadas pelo chão e uma espingarda de ação por bombeamento abandonada na praia.
Em comunicado, a polícia de Nova Gales do Sul confirmou que respondeu a relatos de disparos e pediu que as pessoas na região procurassem abrigo. Uma grande operação policial foi montada na área, um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade.
O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, afirmou que o ataque foi "planejado para atingir a comunidade judaica de Sydney". "No primeiro dia de Hanukkah, o que deveria ser uma noite de paz e alegria foi destruído por um ataque horrível e cruel", declarou.
Jeremy Leibler, presidente da Federação Sionista da Austrália, disse que a comunidade judaica está em choque. "Estamos em alerta máximo. Era um momento de união e celebração, agora marcado por violência e medo", afirmou.
Já o premiê australiano, Anthony Albanese, descreveu o episódio como "cenas chocantes e angustiantes" e classificou o ataque como "um ato brutal de antissemitismo e terrorismo". Ele elogiou cidadãos que correram para ajudar os feridos durante o ataque, afirmando que "a coragem dessas pessoas salvou vidas".
A repercussão internacional foi imediata. O presidente de Israel, Isaac Herzog, condenou a ofensiva, chamando-a de "um ataque cruel contra judeus", e pediu que a Austrália intensifique o combate ao antissemitismo. Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que políticas recentes do governo australiano teriam contribuído para o aumento do ódio antissemita.
"O ódio aos judeus que agora infesta suas ruas. O antissemitismo é um câncer. Ele se espalha quando os líderes permanecem em silêncio. É preciso substituir a fraqueza pela ação", enfatizou.
As investigações continuam, enquanto a praia de Bondi — um dos cartões-postais mais famosos da Austrália — permanece isolada para perícia. As autoridades prometem divulgar novas informações à medida que os fatos forem confirmados. (com Ansa)