MUNDO
Ao lado de Merz, Netanyahu, o senhor da guerra, diz que existem 'chances de paz'
Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 07/12/2025 às 10:58
Alterado em 07/12/2025 às 10:58
O chanceler alemão, Friedrich Merz, com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu Foto: Ansa/AFP
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu neste domingo (7) que "existem oportunidades de paz" para o conflito de mais de dois anos na Faixa de Gaza.
A declaração foi dada em coletiva de imprensa ao lado do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, em Jerusalém, enquanto o Hamas e a Cruz Vermelha retomaram hoje as buscas pelo corpo do último refém israelense.
O premiê também anunciou o início, "para breve", da segunda etapa do plano de paz dos Estados Unidos, algo que também foi mencionado ontem por Merz no X, ao afirmar que "o cessar-fogo em Gaza [primeira fase do projeto] está se estabilizando".
"Agora devemos passar com sucesso à segunda fase", escreveu o alemão, que após ter criado embargos parciais às exportações alemãs a Israel como resposta à intensificação dos ataques em território palestino, não apenas voltou atrás, como reforçou "as boas relações" entre seus países, dizendo que o governo israelense "tem o direito de se defender".
Ainda durante a coletiva, Netanyahu voltou a refutar a solução de dois Estados.
"Não iremos criar um Estado palestino na nossa porta que irá trabalhar para nos destruir", declarou o primeiro-ministro, acrescentando que "em Gaza, já havia um Estado de fato, mas o usaram para tentar destruir o único Estado judeu".
No entanto, Netanyahu afirmou "acreditar que haja um caminho para se alcançar uma paz ampla com os países árabes, e também um outro para estabelecer uma paz praticável com os vizinhos palestinos", mas que este "não se dará pela criação de dois Estados".
Enquanto Netanyahu e Merz falavam com a imprensa, a rádio israelense Kan informou que o Hamas e a Cruz Vermelha retomaram hoje as buscas em Gaza pelo corpo do sargento-mor Ran Gvili, o último refém sequestrado pelo grupo fundamentalista.
De acordo com a notícia, os trabalhos ocorrem no bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza, sendo que Israel acredita que a milícia árabe tenha uma pista sobre a localização do cadáver.
Para a associação que representa os familiares dos prisioneiros que estiveram nas mãos do Hamas, é impossível "proceder à fase seguinte" do plano de paz do presidente americano Donald Trump "antes que Ran Gvili volte para casa". (com Ansa)